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Como a Casa do Construtor fatura R$ 834 milhões alugando de furadeiras a betoneiras

Fundada no interior de São Paulo há 30 anos, a Casa do Construtor lidera mercado de aluguel de equipamentos para pequenas obras e reformas

Casa do Construtor: franquia quer abrir 150 novas unidades em 2024 (Casa do Construtor/Divulgação)
Isabela Rovaroto

Repórter de Negócios

Publicado em 23 de fevereiro de 2024 às 18h09.

Fundada há 30 anos pelos engenheiros civis Altino Cristofoletti Junior e Expedito Arena, a Casa do Construtor, empresa paulista de aluguel de equipamentos de construção vive seu melhor momento. Com quase 700 unidades franqueadas pelo Brasil, arede faturou 834 milhões de reais em 2023, alta de 20%.

Pedreiros, encanadores, eletricistas e marceneiros são os principais clientes da Casa do Construtor, que trabalha com a locação de equipamentos para a construção civil, pequenas obras, limpeza pesada e jardinagem.

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A ideia é oferecer equipamentos para todas as fases da obra. Andaime, betoneira, rompedor, e até itens mais leves, como furadeira e serras, podem ser alugados de forma diária, quinzenal ou mensal. O valor é calculado de acordo com o prazo de locação.

Assim como Uber e Airbnb , a Casa do Construtor se beneficiou do boom da economia compartilhada.

"Trabalhamos com aluguel de equipamentos há 30 anos, fomos inovadores e hoje ganhamos escala e visibilidade. O propósito da nossa companhia é ressignificar a posse", diz o CEO Altino Cristofoletti Junior.

Entre as franquias, o segmento de Casa e Construção é um dos que mais cresceu em 2023, faturando 4,3 bilhões de reais apenas no terceiro trimestre.

“Não por acaso, mantivemos nossa expansão de unidades de forma acelerada e planejamos alcançar a marca de 1.000 unidades até o fim de 2025, com faturamento de R$ 1 bilhão”, diz o CEO.

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Como o negócio foi criado

Tudo começou quando dois engenheiros decidiram empreender em Rio Claro, no interior de São Paulo. Altino Cristofoletti Junior e Expedito Arena abriram uma loja de material de construção em 1993 e aproveitaram a oportunidade para alugar equipamentos para obras de pequeno porte.

Não demorou muito para eles resolverem direcionar o negócio para o aluguel de equipamentos. "Naquela época não existia a cultura de aluguel de equipamentos. Vimos uma oportunidade", diz Altino.

Com máquinas com maior valor agregado no radar, o negócio começou sua expansão na região próxima a Rio Claro. Em 1995, as primeiras unidades foram inauguradas em capitais graças a entrada no mercado de franquias.

Uma pedra no caminho da Casa do Construtor foi a falta de mão de obra capacitada. A solução foi criar treinamentos para manutenção e transporte de equipamentos. "Desde o início oferecemos cursos de formação. Hoje contamos com 4.000 funcionários e treinamentos digitais", diz o CEO.

O que está por trás do sucesso da Casa do Construtor

A pandemia freou muitos negócios, mas esse não foi o caso da Casa do Construtor. Nos últimos três anos a rede de franquias conseguiu digitalizar processos, abrir novas unidades e escalar o negócio.Só em 2021 o crescimento foi de 54%.

"A expansão pelo franchising é um dos nossos grandes diferenciais. Não tem outra empresa de aluguel de equipamentos de pequeno porte nesse mercado", diz o CEO.

Com o crescimento do número de unidades na rede, foi possível negociar melhores preços e condições de pagamento com os fornecedores -- o que atrai mais investidores e torna o negócio mais competitivo.

"Hoje somos o maior comprador desse tipo de equipamento no Brasil e conseguimos negociar preços melhores para os nossos franqueados", diz Altino.

A rede é composta majoritariamente por multifranqueados. Em 2024, a Casa do Construtor já tem 699 unidades com 200 franqueados."Isso é reflexo da maturidade do nosso negócio e dos investidores que nos procuram", diz Altino.

O investimento inicial gira em torno de um milhão de reais e o faturamento médio mensal de cada unidade é de 100 mil reais.

O CEO destaca, porém, que esse investimento garante a compra dos primeiros equipamentos e que o investidor deve desembolsar novos montantes com o crescimento da base de clientes. "Nosso negócio tem capital de investimento intensivo", diz.

Com a pandemia a Casa do Construtor acelerou seu processo de digitalização. Contratação de pessoas, abertura de lojas e capacitação de pessoas à distância são alguns dos processos que foram otimizados. "Antes o processo de abertura de loja demorava cerca de quatro meses. Hoje fazemos em dois", diz.

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Os planos da companhia para 2024

Com centenas de unidades no Brasil, a Casa do Construtor deve crescer também fora do país. O processo de internacionalização começou há seis anos, mas tem pouca representatividade no negócio. Com cinco unidades no Paraguai e duas no Uruguai, a Casa do Construtor negocia a abertura de novas unidades no México, Colômbia e Panamá ainda esse ano.

"A maioria dos nossos fornecedores são internacionais. A expansão pela América Latina exige algumas adaptações, mas há muito sinergia", diz o CEO.

Por aqui, a Casa do Construtor abriu 130 unidades no último ano -- um recorde na história da companhia que está entre as 50 maiores franquias do Brasil.

A expectativa agora é abrir 150 novas unidades e faturar 980 milhões de reais em 2024 -- construindo assim os últimos degraus para alcançar o primeiro bilhão de reais.

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