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Com novos US$ 25 milhões, Caju quer ir além dos benefícios flexíveis

Startup concluiu rodada série B de US$ 25 milhões nesta quarta; intenção é lançar novos produtos e virar one stop shop do RH

Eduardo del Giglio, CEO da Caju: startup captou US$ 25 milhões em série B (Leandro Fonseca/Exame)
MC

Maria Clara Dias

Publicado em 31 de agosto de 2022 às 09h00.

Última atualização em 31 de agosto de 2022 às 18h06.

A startup Caju, de benefícios corporativos flexíveis, anunciou nesta quarta (31) a captação de US$ 25 milhões em uma rodada série B que pretende impulsionar o uso do cartãozinho de crédito da empresa Brasil adentro.

O investimento foi liderado pelo fundo americano K1 Investment Management, dedicado a empresas de software B2B. Fundos que já haviam investido na startup no passado, como Valor Capital Group, Caravela Capital, FJ Labs, Picus e Clocktower, também dobraram suas apostas.

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O que faz a Caju

O grande desejo da Caju, fundada em 2020 por Eduardo del Giglio e Renan Mendes, é ser um grande one stop shop para o RH de empresas. O primeiro passo para isso esteve na criação de um cartão de crédito que permite a gestão e oferta de diferentes benefícios. A primeira incursão, ainda em 2020, foram dos tradicionais vales-alimentação e refeição, obrigatórios por lei.

Na esteira das mudanças na relação entre empregados e empregadores durante a pandemia, o leque de benefícios tornou-se ainda mais amplo. Na Caju, isso foi traduzido com a inclusão de categorias ainda novatas como home-office — para aliviar as contas de funcionários e suas despesas com internet e energia elétrica em função do trabalho remoto — e até mesmo lazer, com valores disponíveis para uso em cinemas, teatros e até streamings.

Agora, o desejo da Caju é ser mais do que uma empresa de benefícios flexíveis, mas uma plataforma capaz de eliminar burocracias típicas ao setor de recursos humanos. Na lista estão os reembolsos, gestão da folha de pagamentos e outras demandas repetitivas. “Queremos vender software. ponto”, diz del Giglio.

Trata-se de uma tentativa que já vem sendo implementada pela Caju há algum tempo. Há quatro meses, a empresa lançou o Caju Viagens, recurso que permite o adiantamento de recursos para funcionários em viagens corporativas, sem comprometer o salário ou outros benefícios e o Caju Mais, de conexão com plataformas de saúde e bem-estar.

Segundo o CEO, a amostra de que produtos que vão além do core inicial da Caju dão certo também dão a tônica para o aporte. Atualmente, esses outros dois produtos já representam de 3% a 5% do faturamento da startup, individualmente, e boa parte da base de 12.000 clientes já aderiu a eles. “O sucesso desses produtos já rendiam uma série A por si só”, diz.

Mercado em alta

O aporte na HRTech acontece em um momento atípico no universo das startups. Em tempos de baixa liquidez e correções de valuations, investimentos em pequenas tecnológicas têm sua a capacidade de startups em continuar atraindo capital externo colocado à prova. O cenário das empresas de benefícios flexíveis e reembolso corporativo, no entanto, destoa dessa conjuntura.

No ano passado, as HRTechs receberam 132 milhões de dólares em aportes na América Latina, segundo levantamento da plataforma Sling Hub.

Outro exemplo do bom contexto positivo para essas empresas é a parceria da startup mexicana Clara com o banco Goldman Sachs em uma linha de financiamento de até US$ 150 milhões. Com o novo valor, o unicórnio deve ampliar ainda mais sua base de clientes - basicamente, pequenas e médias empresas interessadas em agilizar e facilitar processos de reembolsos corporativos com ajuda de cartões de crédito.

O que a Caju fará com o dinheiro

A aposta da Caju está em expandir o rol de serviços até virar uma empresa completa de prestação de serviços para outras empresas e seus departamentos de recursos humanos. Para isso, boa parte do capital será dedicado à contratação de profissionais de tecnologia capazes de desenvolver novos produtos de gestão.

Além disso, as mudanças nas leis trabalhistas também devem puxar o bom desempenho do negócio nos próximos meses, principalmente ao permitir a entrada de novos players em um setor até então dominado por gigantes como  Sodexo e Alelo. “Há um mar de oportunidades”, diz.

A meta, segundo o CEO, é dobrar o número de usuários até o final deste ano.“Estamos otimistas. Quando começamos, éramos uma novidade e agora queremos o mainstream”.

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