BRF enfrenta mais um desafio: a ameaça de perder as exportações à Europa
ÀS SETE - Nesta quarta-feira, espera-se que a UE formalize embargos a pelo menos 15 plantas exportadoras de frango da processadora de carnes
Da Redação
Publicado em 18 de abril de 2018 às 06h27.
Última atualização em 18 de abril de 2018 às 08h04.
Com dificuldade na formação de seu novo conselho de administração, a BRF enfrenta novos problemas nesta quarta-feira. Espera-se que a União Europeia formalize embargos a pelo menos 15 plantas exportadoras de frango da processadora de carnes.
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A decisão depende de uma votação dos países-membros do bloco econômico, mas o governo já dá como certas as sanções à empresa.
Há um mês, quando estourou nova fase da Operação Carne Fraca, batizada de Trapaça, o próprio Ministério da Agricultura havia suspendido a exportação de frango de 10 das 35 fábricas da BRF para a Europa, justamente para mitigar maiores embargos à indústria.
Naquele episódio, foi preso o ex-presidente da companhia, Pedro Faria, e foram bloqueadas unidades em Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Goiás.
Nesta quarta, a Comissão Europeia formaliza o fechamento de mercado destas unidades e deve acrescentar novas. Em 2017, o Brasil vendeu 435 milhões de dólares em frango in natura para a União Europeia e a BRF tem a maior fatia deste mercado.
Para evitar as sanções, o ministro da pasta, Blairo Maggi, retornou na semana passada de Bruxelas, para onde viajou em missão oficial de reversão de danos. De acordo com o ministro, o bloqueio não é sanitário, mas “parte de uma guerra comercial”.
Blairo diz que também tentou reverter acordos comerciais. A União Europeia, segundo ele, insiste em descumprir as regras da Organização Mundial do Comércio ao impor barreiras tarifárias ao frango brasileiro, estabelecido por cota máxima de exportação.
O maior temor do governo, contudo, é que sanções sanitárias emplaquem como justificativa, pois haveria fechamento de novos mercados. A situação pioraria ainda mais a situação da empresa, que acumula queda de 15% no valor das ações nos últimos 30 dias e tem abates controlados para manter os preços.
A reunião de conselho que deve definir o futuro da BRF está marcada para o dia 26. Até lá, a empresa continua acéfala, o que dificulta ainda mais a resposta a esse tipo de desafios.