Amazon: operação teve aumento de 60% nas vendas em relação ao ano anterior (Chris J. Ratcliffe/BLOOMBERG BUSINESSWEEK)
Repórter de Negócios
Publicado em 28 de novembro de 2023 às 17h48.
Pelo segundo ano consecutivo, a Black Friday no Brasil deixou a desejar, decepcionando lojistas e consumidores. Da quinta-feira, véspera da Black Friday, até meio-dia de sábado, o faturamento recuou 14% e o número dos pedidos, 13,7%, de acordo com a Neotrust, numa comparação com o mesmo período de 2022.
Vários fatores ajudam a explicar os resultados aquém dos esperados. Apesar de uma curva decrescente, o endividamento das famílias e os juros seguem em patamares elevados. Além disso, grandes varejistas entraram na Black Friday neste ano mais racionais, não querendo queimar tanta margem e focando na rentabilidade da operação.
Apesar de um cenário não tão positivo, alguns pontos interessantes já podem ser levados da Black Friday 2023. Um deles é que as promoções ficaram mais espraiadas e, como resultado, novos dias ganharam força nas promoções.
O fim da noite de quinta-feira e a madrugada de sexta-feira registraram alta nas vendas, inclusive. Levantamento da NielsenIQ Ebit, uma das líderes de informações sobre comércio eletrônico no Brasil, mostrou que o pico foi à meia-noite, quando houve 20% mais de vendas em relação ao mesmo período do ano passado.
E qual foi o desempenho das grandes varejistas internacionais posicionadas no Brasil? Veja abaixo o resultado da Black Friday na Amazon e na Shopee, duas das principais varejistas estrangeiras com operações locais.
Na Amazon, o clima é positivo. A empresa comemorou um crescimento de 60% na semana da Black Friday em relação ao mesmo período do ano passado, na operação brasileira. Os números brutos, porém, não foram divulgados.
De acordo com a varejista, os principais crescimentos foram nas categorias:
A empresa também enviou os itens mais vendidos durante a promoção:
Esse ano, a Amazon também destacou a ampliação da entrega rápida, com a inauguração de 48 unidades de última milha e firmamos e expansão das parcerias com empresas brasileiras como a Azul Linhas Aéreas, To Do Green e Favela Log.
“Essas parcerias nos ajudaram a incrementar nossa rede logística e fazer essa a semana Black Friday com nossa entrega mais rápida do norte a sul do Brasil, melhorando também a experiência de entrega em Favelas do Rio e São Paulo e aumentando rotas feitas por carros elétricos”, diz o presidente da Amazon no Brasil, Daniel Mazini.
Na Shopee, são duas Black Fridays em novembro. Uma na data mesmo, e outra no 11 de novembro (11/11), quando fazem, talvez, as maiores promoções do ano.
Aliás, o varejo asiático trouxe para o Brasil a tradição de comemorar datas duplas com promoções para os clientes. É mais uma oportunidade de gerar consumo, especialmente em meses sazonais com poucas datas fortes que podem se traduzir em vendas.
No caso da Black Friday, a Shopee registrou o dobro de vendas durante a semana comparado ao ano passado, sendo mais de 90% dos pedidos de vendedores brasileiros. Assim como a Amazon, a empresa não divulga os números brutos.
“Estamos satisfeitos ao observar os resultados positivos deste mês, que consideramos um dos mais importantes do ano para nós”, afirma Felipe Piringer, responsável pelo Marketing da Shopee.
O levantamento da Shopee também mapeou os 5 produtos mais vendidos durante a Black Friday:
“Este ano, chamou a atenção a presença de ventiladores”, afirma Piringer. “A recente onda de calor que tivemos ligou um alerta aos consumidores brasileiros. Ano passado, esse item não aparecia entre os mais vendidos.”
Conforme adiantou a Exame IN, a plataforma de marketplace Mercado Livre, com sede na Argentina, também teve um destaque positivo. As vendas brutas (GMV, na sigla em inglês) cresceram 80% apenas de quinta-feira até as 17h de sexta-feira.
“Foi um avanço muito surpreendente. O mês de outubro tinha sido o maior da história e agora vai ser novembro”, disse Fernando Yunes, CEO do Mercado Livre no Brasil, em entrevista para o Exame IN. O plano da varejista era crescer 40% em GMV.
Considerando os números da Neotrust, o executivo diz que o Meli estava ganhando 12 pontos percentuais de participação de mercado na data
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