Beep Saúde recebe aporte em rodada coliderada por fundo de Zuckerberg e Bradesco
Com faturamento estimado em 200 milhões para 2022, a healthtech de saúde domiciliar vai buscar a consolidação do negócios de exames laboratoriais
Marcos Bonfim
Publicado em 3 de novembro de 2022 às 07h01.
Última atualização em 3 de novembro de 2022 às 08h03.
A startup de saúde domiciliar Beep Saúde anuncia nesta quinta-feira, 3, que recebeu uma rodada de Série C. O aporte, que não teve o valor revelado, foi coliderado pelo CZI, fundo de Mark Zuckerberg, fundador do Grupo Meta, e sua esposa Priscila Chan, e o Grupo Bradesco.
É o segundo aporte da empresa em um pouco mais de um ano. Em abril de 2021, a startup recebeu uma série B no montante de R$ 110 milhões, liderada pelo fundo norte-americano Valor Capital Group.
Negociado ao longo de aproximadamente oito meses, o novo aporte teve avaliação up round, quando a empresa é estimada por um valor maior do que na rodada anterior, e foi acompanhado pelos demais investidores da startup, incluindo a Valor Capital, David Velez, CEO do Nubank, e a DNA Capital.
O valor será usado para consolidar o hub de negócios de exames laboratoriais, lançado em outubro de 2020. A unidade começou com testes de covid-19 e disponibiliza agora desde exames de sangue de rotina até o teste do pezinho para recém-nascidos.
Como funciona a empresa
Ao longo dos 18 últimos meses, a startup conseguiu se credenciar para oferecer o serviço para 40 planos, entre eles Bradesco, Omint e Amil, e garantiu uma cartela potencial de clientes de 5 milhões.
“É uma dinâmica diferente e havia uma dúvida se conseguiríamos credenciar. Agora, o mercado viu que conseguimos destravar essa pista para crescer”, afirma Vander Corteze, CEO e cofundador da startup.
Ao lado dos engenheiros Iuri Menescal e Rodrigo Ferrer, Corteze, médico de formação, lançou a Beep em 2016 com o serviço de vacinação domiciliar, solução hoje disponível em mais de 150 cidades nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Pernambuco e Distrito Federal.
A Beep se inspirou na Amazon e opera com a proposta de ser 100% e-commerce e 100% delivery. Aposta em um modelo enxuto em termos administrativos e em alta tecnologia de logística para que os seus funcionários, sejam eles enfermeiros ou coletores dos exames, cheguem à casa dos pacientes usando um roteiro eficiente, o que reduz o custo final da empresa.
“O que a Beep consegue fazer é oferecer um serviço melhor do que o de um laboratório premium, de acordo com os nossos próprios clientes, ao custo de um laboratório de entrada’, afirma.
Como será o uso do aporte
Em tempos de "inverno" no mercado de venture capital, a startup teve que rever alguns planos. Ao invés de entrar em novos estados, optou manter a operação nos seis estados atuais e buscar ampliar o números de vidas atendidas. A previsão é de dobrar em dois anos, alcançando 10 milhões.
A ambição da startup desde o início é se tornar um super app de saúde, oferecendo desde exames a entrega de remédios e telemedicina.
Mas, seguidor da política Jeff Bezos, fundador da Amazon, Corteze usa a expressão “passo a passo, ferozmente”, do latim “Gradatim Ferociter”, que se tornou famosa por estar escrita na bota do bilionário, para ilustrar como a empresa se movimenta.
“Tenho muito interesse em lançar outras unidades de negócios, mas só vou lançar quando a gente estiver seguro e alcançado uma posição de destaque em exame laboratorial”, afirma.
Com o novo aporte e as mudanças estruturais que fez para encarar tempos mais escassos de financiamento, a empresa estima que chegará ao breakeven no primeiro trimestre de 2023.
A startup, com crescimento de 100% ano a ano, deve fechar 2022 com faturamento de R$ 200 milhões. Para 2023, o ritmo deve arrefecer. A projeção é de R$ 250 milhões, alta de 25%.
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