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Após recorde de vendas, MRV prepara expansão no Brasil e nos EUA

De acordo com executivos, a situação da taxa de juros em ambos os países deve favorecer as operações da empresa

Empreendimento da MRV: recorde histórico de receita operacional (MRV/Divulgação)
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Juliana Estigarribia

Publicado em 12 de novembro de 2020 às 13h36.

Última atualização em 12 de novembro de 2020 às 13h59.

Após registrar recordes de receita líquida e geração de caixa no terceiro trimestre, a construtora MRV prepara terreno para crescer no mercado brasileiro e também nos Estados Unidos, onde a companhia opera com a subsidiária AHS. De acordo com executivos, a situação da taxa de juros em ambos os países deve favorecer as operações da empresa.

"Acreditamos que pelos próximos três anosBrasil e Estados Unidos terão juros comportados e isso transforma por completo nosso mercado. As oportunidades são muito interessantes", afirmou Rafael Menin, presidente da MRV, em teleconferência com analistas.

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A construtora registrou recorde histórico de vendas pelo terceiro trimestre consecutivo, totalizando 1,97 bilhão de reais e 12.183 unidades de julho a setembro, um avanço de 41,1% frente ao mesmo período de 2019 e de 8,3% sobre o intervalo imediatamente anterior.

 

A MRV reforçou que a meta da AHS é atingir 5.000 unidades por ano até 2025. "O mercado em que nossa subsidiária atua, nosul da Flórida, é excelente e agora estamos expandindo para Dallas, no Texas, e Georgia. Vamos ganhar corpo em novas praças e podemos entrar em dois ou três estados mais para frente", diz Ricardo Rodrigues, diretor executivo de finanças e relações com investidores.

A construtora informou que no decorrer do terceiro trimestre mais um empreendimento da AHS passou da etapa de construção para estabilização, totalizando 199 milhões de dólares em Valor Geral de Vendas (VGV), além dos 107 milhões dos empreendimentos já estabilizados. Com isso, a AHS possui um total de 306 milhões de dólares em negociações.

Segundo relatório do BTG Pactual, a MRV "continua diversificando sua atuação fora do negócio do Minha Casa Minha Vida" (a companhia possui um terço de seu estoque de terrenos fora do programa) com a AHS, com 306 milhões de dólares em residências a ser vendidas, enquanto a Luggo, de aluguéis residenciais, a Urba (lotes) e linha premium (renda média) "também vêm crescendo".

Menor renda

Eduardo Fischer, co-presidente da MRV, afirma que a meta é atingir umamargem bruta média de 30% e que, no segmento econômico, esse objetivo deve ser alcançado em meados do segundo trimestre de 2021.

Ele explica que nos últimos quatro anos a companhia comprou, em média, 80.000 terrenos por ano, majoritariamente para o MCMV, e lançou cerca de 40.000 por ano. "Agora, vamos comprar um pouco menos."

Bruno Lima, analista de renda variável da EXAME Research , destaca como ponto positivo da MRV a velocidade de vendas no trimestre, maior nível desde o início de 2014. "Isso demonstra forte demanda para o segmento de menor renda." Ele acrescenta a redução do estoque de imóveis para comercialização e a diminuição do endividamento como outros pontos positivos.

Fischer garante que, embora alguns insumos venham apresentando aumento de preços, isso não deve afetar a companhia. "Estamos fazendoesforços de eficiência internos, não está no nosso cenário ter efeitos negativos no futuro com relação a custos."

Ele acrescenta que a escala da companhia ajuda. "Temos poder de compra mais forte, somos os últimos da fila a sentir pressão."

O executivo afirma ainda que no segundo trimestre, em meio à pandemia, alguns competidores, especialmente de menor porte, "pisaram no freio" e saíram do mercado. "Capturamos market share em algumas praças importantes e o desafio agora é mantê-lo, o ambiente está um pouco mais competitivo agora."

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