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Vereador pede desculpas por mandar colega arrumar marido

Incidente constrangeu o governo em meio a um grande esforço para aumentar a força de trabalho feminina

Ayaka Shiomura e Akihiro Suzuki: vereadora estava falando sobre medidas para apoiar a criação das crianças e aumentar a fertilidade no país (Reuters)
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Da Redação

Publicado em 23 de junho de 2014 às 09h52.

Tóquio - Um parlamentar do partido governante do Japão pediu desculpas nesta segunda-feira por dizer a uma vereadora de Tóquio que “arrumasse um marido”, em um incidente que constrangeu o governo em meio a um grande esforço para aumentar a força de trabalho feminina.

A vereadora Ayaka Shiomura, de 35 anos, estava falando sobre medidas para apoiar a criação das crianças e aumentar a fertilidade no país, durante sessão da Câmara na semana passada, quando colegas homens a interromperam com frases como “se apresse e case-se logo” e “você não pode dar à luz?”.

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O vereador Akihiro Suzuki, que havia anteriormente negado ter feito tais comentários, pediu desculpas em uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira, no que chamou de um comentário “inapropriado".

“Eu não fiz este comentários com nenhuma intenção de insultar a vereadora Shiomura”, disse o legislador de 51 anos.

“Eu reconheço que há mulheres que querem se casar e não podem, e aquelas que querem ter filhos e não podem. Meus comentários não se preocuparam com pessoas como essas."

As declarações indignaram o Japão e também irritaram representantes do Partido Liberal Democrático, do primeiro-ministro Shinzo Abe, já que foram feitos num momento em que o governo se prepara para anunciar planos econômicos que incluem aumentar a força de trabalho feminina, em uma sociedade onde muitos acreditam que o lugar delas ainda é em casa.

Suzuki, que se encontrou com Shiomura para pedir lhe desculpas pessoalmente, disse ter deixado o partido, mas afirmou que permanecerá na Câmara Municipal de Tóquio para “ajudar a melhorar a situação aqui”. Shiomura disse a repórteres que sentiu "algum alívio", mas esperava que os outros provocadores também se apresentassem.

Abe vem há tempos tomando medidas para mobilizar a força de trabalho feminina para revitalizar a economia e compensar a crescente escassez de mão de obra.

Seu plano de reforma econômica, que deve ser apresentado na terça-feira, terá como meta o aumento na proporção de mulheres gerentes corporativos de 7,5 por cento no ano passado para 30 por cento em 2020, bem como a criação de 400 mil novas vagas de creches para que as mulheres possam criar os filhos e trabalhar.

As mulheres no Japão são frequentemente encorajados a deixar seus empregos depois de ter filhos e muitas que trabalham têm entre suas incumbências tarefas subalternas, como ter de servir chá aos colegas do sexo masculino.

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