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Venezuela: falta até cerveja

Na Venezuela, a crise chegou ao copo. Nesta sexta-feira, o maior grupo privado e maior cervejaria do país, a Empresa Polar, deixará de produzir cerveja por falta de cevada. É um problemão: o país é o maior consumidor de cerveja per capita da América do Sul. É mais um reflexo da crise de abastecimento do […]

VENEZUELA: fila para comprar itens básicos do lado de fora de um supemercado / Marco Bello/ Reuters

VENEZUELA: fila para comprar itens básicos do lado de fora de um supemercado / Marco Bello/ Reuters

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Da Redação

Publicado em 29 de abril de 2016 às 06h10.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h21.

Na Venezuela, a crise chegou ao copo. Nesta sexta-feira, o maior grupo privado e maior cervejaria do país, a Empresa Polar, deixará de produzir cerveja por falta de cevada. É um problemão: o país é o maior consumidor de cerveja per capita da América do Sul.

É mais um reflexo da crise de abastecimento do país. Com uma economia que depende do petróleo em queda livre, a Venezuela está enfrentando dificuldades para comprar dólares. Estima-se que as reservas internacionais do país estejam em 13 bilhões de dólares, o menor valor em 13 anos.

Sem acesso à moeda estrangeira, a Polar não consegue importar cevada e produzir. A expectativa, segundo o Fundo Monetário Internacional, é que a economia venezuelana encolha 8% neste ano, pior resultado do mundo, e a inflação atinja mais de 500%.

Para uma economia dependente de exportações, tem sido uma tragédia. Em Caracas, está difícil comprar produtos básicos, como papel higiênico, medicamentos, pão, carne, verduras. O preço dos alimentos disparou e famílias pobres já dizem que o dinheiro não paga nem o café da manhã.

Como se desgraça pouca fosse bobagem, o país enfrenta uma seca histórica, que tem forçado a população a estocar água e está ampliando a incidência de doenças como sarna e malária. O governo anunciou que fará cortes de 4 horas diárias no fornecimento e, para economizar eletricidade, liberou os funcionários públicos três dias por semana. O bar, certamente, não será o destino nos dias de folga forçada.

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