Nicolás Maduro: 'o imperialismo e a direita fascista querem colonizar a Venezuela para tomar posse de sua riqueza de petróleo, gás, ouro, entre outros minerais' (AFP/Getty Images)
Publicado em 17 de dezembro de 2025 às 07h49.
O governo da Venezuela classificou como “irracional” e uma “ameaça grotesca” o bloqueio a navios petroleiros que entram e saem do país, anunciado na noite de terça-feira, 16, pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A medida, segundo Washington, tem como objetivo impedir que recursos do petróleo venezuelano sejam usados para financiar o narcotráfico.
Em comunicado oficial, o governo de Nicolás Maduro afirmou que a decisão representa uma tentativa de impor um bloqueio militar naval ao país. Segundo o texto, a ação teria como objetivo “roubar as riquezas que pertencem à nossa pátria”.
Em pronunciamento na noite de terça-feira, 16, Nicolás Maduro criticou a decisão do governo norte-americano e acusou os Estados Unidos de colonialismo. "O imperialismo e a direita fascista querem colonizar a Venezuela para tomar posse de sua riqueza de petróleo, gás, ouro, entre outros minerais. Jurámos absolutamente defender nossa pátria e, na Venezuela, a paz triunfará", disse.
Trump afirmou que o bloqueio se aplica a todas as empresas sancionadas pelos Estados Unidos. Uma das exceções é a petroleira Chevron, que mantém operações na Venezuela com autorização de Washington, mesmo diante das sanções ao setor. A atuação da companhia ajuda a reduzir o preço da gasolina nos Estados Unidos.
A decisão eleva a tensão entre os dois países, que vêm trocando hostilidades desde setembro, quando os Estados Unidos iniciaram uma operação naval contra o narcotráfico no Caribe e no Pacífico, em áreas próximas às costas da Venezuela e da Colômbia. Trump acusa cartéis latino-americanos de utilizarem rotas marítimas para transportar drogas até o território norte-americano.
A operação naval acendeu um alerta no governo venezuelano. Segundo as autoridades locais, Maduro determinou a mobilização de militares e milicianos para reforçar o patrulhamento das fronteiras. O temor é de que a presença naval dos Estados Unidos seja, na prática, uma ofensiva disfarçada com o objetivo de promover uma mudança de regime no país.
A preocupação aumentou nas últimas semanas com a intensificação da presença militar norte-americana no Caribe. Além de navios de guerra e submarinos, a Casa Branca enviou caças F-35 para a região e mobilizou o porta-aviões USS Gerald R. Ford, considerado o maior e mais moderno do mundo.