Vladimir Putin: presidente russo vai hoje à Turquia, onde se encontra ainda nesta segunda-feira com o presidente turco Recep Tayyip Erdogan (Konstantin Zavrazhin/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 11 de dezembro de 2017 às 06h45.
Última atualização em 11 de dezembro de 2017 às 07h29.
O presidente russo, Vladimir Putin, está dedicado a aproveitar a brecha aberta pelo americano Donald Trump, que anunciou a transferência da embaixada americana em Israel para Jerusalém, para ganhar ainda mais influência no Oriente Médio.
Ele vai hoje à Turquia, onde se encontra ainda nesta segunda-feira com o presidente turco Recep Tayyip Erdogan, e logo parte para o Egito.
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Em Ancara, deve discutir a continuidade de projetos de energia, cooperação militar na Síria e, claro, as recentes tensões no Oriente Médio.
Na última quinta-feira, Putin já havia ligado para Erdogan para falar justamente sobre a decisão americana.
Ambos condenaram a mudança na postura diplomática americana, alertando para o agravamento de conflitos no Oriente Médio.
O anúncio da mudança provocou protestos em todo o mundo, inclusive na Turquia, durante o fim de semana.
As relações entre Turquia e Rússia se estreitaram nos últimos meses, apesar de severos desentendimentos no passado — quando um caça russo foi abatido em espaço aéreo turco, por exemplo.
A cooperação dos dois países reflete seus interesses na região, com ambos atuando na guerra civil síria.
Com a visita marcada há mais tempo, Putin chega logo na sequência ao Egito, onde deve se encontrar com o presidente Abdel Fattah el-Sissi, que endossou a crítica à postura diplomática de Trump.
O governo egípcio afirma que a visita é para “estreitar relações históricas e estratégicas”, mas desde que el-Sissi tomou o poder a cooperação militar com a Rússia aumentou em grandes proporções.
Na semana passada, quando o ministro de Defesa russo esteve no Egito, Moscou e Cairo iniciaram conversas de um acordo para que caças russos pudessem utilizar bases aéreas no Egito, que também tem interesse em comprar armas russas.
O país, localizado no norte da África, é estratégico para os russos, tanto por sua proximidade com o Oriente Médio, quanto por localização privilegiada no continente africano.
Putin terá eleições e Copa do Mundo em casa em 2018, mas seus olhos estão cada vez mais voltados para o Oriente Médio.