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Trump diz que vai 'precisar de um Musk' pra fechar o ministério de Educação em entrevista no X

Donald Trump e Elon Musk, que já se desentenderam no passado, também falaram sobre imigração ilegal durante a conversa

Live entre Musk e Trump teve problemas técnicos no início (AFP)

Live entre Musk e Trump teve problemas técnicos no início (AFP)

Publicado em 13 de agosto de 2024 às 07h49.

Última atualização em 13 de agosto de 2024 às 07h51.

O CEO de Tesla, SpaceX e X, Elon Musk, entrevistou nesta segunda o ex-presidente e candidato republicano à presidência, Donald Trump. A conversa, que foi transmitida pela rede social de Musk e teve problemas técnicos no início, era bastante aguardada por analistas políticos e, claro, pelo staff de Kamala Harris, adversária de Trump no pleito de novembro. A transmissão chegou a bater mais de 1,32 milhão de pessoas assistindo simultaneamente.

As dificuldades de transmissão foram logo atribuídas por Musk a um "ataque hacker", embora ainda não haja nenhuma evidência disso, segundo o Business Insider. O X enfrentou problemas semelhantes no ano passado quando o bilionário sul-africano entrevistou o governador da Flórida, Ron DeSantis, no ano passado.

A dupla  iniciou a conversa com a perspectiva de Trump sobre a tentativa de assassinato de meados de julho contra ele — que o ex-presidente disse na Convenção Nacional Republicana que nunca mais discutiria publicamente.

Imigração ilegal e ataques a Kamala

Após a discussão sobre a tentativa de assassinato, Trump e Musk passaram a falar sobre imigração ilegal, alegando que países como a Venezuela estão enviando suas "pessoas improdutivas" e "criminosos", "assassinos" e "estupradores" para os Estados Unidos.

"Espere até você obter os números que temos, você sabe, isso é crime de migrantes."

O Relatório Trimestral de Crimes de 2024 do FBI indica que os crimes violentos caíram 15,2% ao comparar estatísticas de janeiro a março de 2023 com o mesmo período em 2024.

Foi durante a discussão sobre imigração ilegal que Trump lançou seus ataques à sua atual rival política, a vice-presidente Kamala Harris, a quem Trump culpou pelas altas taxas de migrantes cruzando a fronteira EUA-México.

"Não podemos tê-la, ela é incompetente — ela é tão ruim quanto Biden", disse.

Fechar a pasta da Educação?

Após Trump elogiar as demissões em massa promovidas por Musk na Tesla, que gerou cortes para a campanha de Harris nas redes sociais, o candidato republicano falou que "precisará de um Elon Musk" para fechar o Departamento de Educação e transferir a educação de volta para os estados.


"Alguns estados basicamente não estão indo bem. Bem, você olha para Gavin Newsom, o governador da Califórnia, ele é péssimo, ele faz um trabalho péssimo. Então ele não vai se sair bem com a educação. Mas dos 50, eu apostaria que 35 se sairiam bem e 15 deles ou 20 deles seriam tão bons quanto a Noruega", disse.

Relacionamento nem tão amigável

Vale lembrar que a relação entre Musk e Trump não era tão doce. O dono da SpaceX fez parte dos grupos de consultoria empresarial de Trump durante o primeiro mandato do ex-presidente. Mas em 2017 Musk saiu depois que Trump se retirou do acordo climático de Paris. Na época, Musk declarou em uma postagem no Twitter que "a mudança climática é real" e disse que os EUA deixarem o acordo não era bom para o país ou para o mundo. O presidente Joe Biden voltou a aderir ao acordo de Paris em janeiro de 2021.

Mas em maio de 2022, Musk criticou o governo Biden, argumentando que ele havia feito tudo o que podia para "ignorar" a Tesla. O líder empresarial então anunciou que apoiaria o Partido Republicano.

Nos últimos anos, Musk adotou posições mais conservadoras no X, especialmente em relação a iniciativas de diversidade, equidade e inclusão, além sobre identidade de gênero.

Repercussão

Claro que a entrevista repercutiu nos EUA. A campanha da vice-presidente Kamala Harris atacou Musk e a campanha de Trump logo após o término da transmissão. "O extremismo de Donald Trump e a perigosa agenda do Projeto 2025 são uma característica, não uma falha de sua campanha, que estava em plena exibição para aqueles que tiveram o azar de ouvir esta noite durante o que quer que fosse no X".

O bilionário Mark Cuban, dono minoritário do Dallas Mavericks, ironizou. "Alguém está monitorando o quanto cada participante dessa "conversa" do Spaces está falando?"


O governador Gavin Newsom da Califórnia, que tem um relacionamento tenso com Musk (a Tesla anunciou que vai sair do estado rumo ao Texas), deu uma alfinetada no CEO do X: "Falha. Problemas técnicos. Silêncios desconfortáveis. Um fracasso completo no lançamento. E esse é apenas o candidato", tuitou Newsom.

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