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Tripulação do submarino desaparecido pode ter conseguido estender duração do oxigênio; entenda

Especialistas entrevistados por jornais internacionais indicaram que a projeção é imprecisa, e algumas medidas tomadas pelos passageiros podem conservar o ar respirável em seu interior

Titan:  (OceanGate/Reprodução)

Titan: (OceanGate/Reprodução)

Publicado em 22 de junho de 2023 às 13h44.

Última atualização em 22 de junho de 2023 às 17h01.

Atualização mais recente: A Guarda Costeira dos Estados Unidos declarou, em coletiva de imprensa, que ninguém a bordo do submarino desaparecido na região do naufrágio do Titanic sobreviveu. "Os detritos eram consistentes com a perda catastrófica da câmara de pressão, que gerou a morte de toda a tripulação", destacou o contra-almirante John Mauger, comandante do Primeiro Distrito da Guarda Costeira.

Apesar de as estimativas divulgadas pela Guarda Costeira dos Estados Unidos apontarem que a reserva de oxigênio de 96 horas disponíveis no submersível Titan — desaparecido desde domingo após iniciar expedição rumo aos destroços do Titanic — deve ter acabado por volta das 7h desta quinta-feira, é possível que os cinco tripulantes consigam estender este tempo. Especialistas entrevistados por jornais internacionais indicaram que a projeção é imprecisa, e algumas medidas tomadas pelos passageiros podem conservar o ar respirável em seu interior.

Enquanto não se sabe se eles conseguiram sobreviver dentro da embarcação, restam algumas possibilidades. Um especialista em busca e salvamentos de submarinos ouvido pelo The Guardian afirmou que esta duração do oxigênio é teórica, e baseada apenas em uma "quantidade nominal de consumo".

Ele ainda lembrou que Paul-Henri Nargeolet, o mergulhador e ex-comandante da Marinha francesa que está a bordo, tem condições de aconselhar o restante da tripulação a "adotar estratégias para reduzir seus níveis metabólicos e estender o tempo do oxigênio", o que aconteceria pela redução do consumo.

Além disso, Stockton Rush, CEO e fundador da OceanGate, também tem larga experiência em expedições. Os outros três homens que estão a bordo são o empresário paquistanês e seu filho, Shahzada e Sulaiman Dawood, e o bilionário britânico Hamish Harding.

Já um mergulhador que realizou duas expedições em alto mar com o Titan no verão passado, segundo o New York Times, afirmou que a chance de sobrevivência nas condições atuais pode depender da calma, e que os tripulantes evitem uma respiração em pânico, que consumiria mais oxigênio. Os dois homens mais experientes no submersível estariam cientes das maneiras de economizar o ar, e saberiam fazer uso dos purificadores da embarcação, que absorvem o dióxido de carbono do ar.

"Muito depende das pessoas lá embaixo. Eles estão respirando rapidamente? Não consigo imaginar que estejam em muito pânico, certamente não esses dois (Nargeolet e Rush)", afirmou o mergulhador, acrescentando que ambos saberiam que levaria vários dias para um navio de resgate chegar ao submersível.

Buscas seguem na área

Uma flotilha de aviões e embarcações especializadas participam das buscas pelo submersível turístico desaparecido no Atlântico Norte. As equipes correm contra o tempo para localizar o Titan, cujas reservas de oxigênio vão se esgotando. Os esforços de salvamento são integrados por aviões de detecção de submarinos, robôs controlados remotamente (ROV) e equipamentos de escuta por sonar para ajudar a rastrear essa parte do oceano à procura do submersível.

No inicio da tarde desta quinta-feira, a USCG informou que encontrou destroços dentro da área de busca pelo submarino. Ainda não é possível saber se os destroços pertencem ao submersível. Especialistas irão analisar o material. 

Área de busca ampliada

Em coletiva cedida ontem, a Guarda Costeira americana anunciou que a área vasculhada por navios e aeronaves americanos e canadenses passou para 26 mil km². Até a terça-feira, ela era de 14 mil km². Além disso, a profundidade das buscas aumentou para 4 km. Os fatos da localização ser distante da costa, o clima estar sofrendo mudanças e haver ação das correntes do mar, estão influenciando nas estratégias.

"Temos que nos manter otimistas e esperançosos quando estamos em um caso de busca e resgate", declarou o Capitão Jamie Frederick, em declarações a jornalistas em Boston.

Porém, ainda não se sabe a localização exata da embarcação, o que não permite às equipes de calcular com precisão como utilizar os equipamentos na execução do resgate, que poderia trazer o Titan à superfície.

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