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Sydney enfrenta fumaça tóxica resultante de incêndios

Os serviços de saúde do estado registraram um aumento de 48% no número de pessoas atendidas por problemas respiratórios

Austrália: número chegou a 80% em 10 de dezembro (AAP Image/Dean Lewins/Reuters)
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AFP

Publicado em 16 de dezembro de 2019 às 08h28.

Última atualização em 16 de dezembro de 2019 às 08h29.

Sydney enfrenta uma emergência sanitária devido à fumaça tóxica dos incêndios que envolve a maior cidade da Austrália há semanas, alertaram nesta segunda-feira (16), organizações médicas.

Centenas de incêndios florestais, notadamente ligados às mudanças climáticas, devastam a Austrália desde setembro.

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Mais de vinte organizações médicas profissionais, incluindo o Royal Australasian College of Physicians - que reúne 25.000 médicos e estagiários - divulgaram um comunicado conjunto nesta segunda-feira pedindo ao governo que lide com essa poluição atmosférica tóxica.

"A poluição do ar em Nova Gales do Sul é uma emergência de saúde pública", afirmou a Aliança para o Clima e a Saúde.

"A fumaça dos incêndios causa poluição do ar até onze vezes superior ao nível estimado como'perigoso' em partes de Sydney e Nova Gales do Sul", afirmou o comunicado.

Esta fumaça "é particularmente perigosa devido aos altos níveis de partículas finas PM 2,5", apontou.

Os serviços de saúde do estado registraram um aumento de 48% no número de pessoas atendidas por problemas respiratórios na semana que terminou em 11 de dezembro, em comparação com a média de cinco anos.

"Efeitos devastadores"

Esse número chegou a 80% em 10 de dezembro, quando a qualidade do ar se deteriorou consideravelmente em Sydney. No dia seguinte, quase 20.000 pessoas se manifestaram na cidade para pedir ao governo para combater as mudanças climáticas.

A Aliança também pede que o governo tome medidas urgentes para reduzir as emissões de gases do efeito estufa, dizendo que as mudanças climáticas agravam esses incêndios "devastadores para a saúde humana".

O primeiro-ministro australiano admitiu na semana passada que a mudança climática era um dos "fatores" por trás das centenas de incêndios devastadores.

Scott Morrison, no entanto, defendeu o histórico da Austrália na redução das emissões de gases do efeito estufa e não anunciou nenhuma medida para combater as mudanças climáticas.

Mais de cem incêndios continuam ativos em Nova Gales do Sul, onde recursos significativos foram mobilizados para conter um incêndio de 400.000 hectares perto de Sydney.

Vinte casas foram destruídas esta madrugada por um contra-incêndio iniciado por bombeiros para combater o incêndio mais importante.

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Tais incêndios ocorrem todos os anos durante a primavera e o verão. Mas este ano, a temporada de incêndios tem sido particularmente precoce e violenta.

Seis pessoas já morreram, enquanto 700 casas e pelo menos três milhões de hectares foram destruídos.

Esses fenômenos particularmente devastadores estão ligados, segundo os cientistas, às mudanças climáticas e a uma seca particularmente prolongada que também esgotou os recursos de água potável em certas cidades e forçou os agricultores a abandonar suas terras.

O ministro das Finanças da Austrália, Josh Frydenberg, disse nesta segunda-feira que os incêndios e secas são os maiores desafios da economia australiana.

Neste sentido, a seca é responsável pelo declínio do crescimento do PIB em um quarto de ponto percentual e reduziu a produção agrícola "em quantidades significativas" nos últimos dois anos, disse o ministro a repórteres.

Dados oficiais indicam que 2019 será um dos anos mais quentes e secos já registrados na Austrália.

Esta semana, o país pode experimentar uma onda de calor que, segundo os analistas, deve quebrar recordes de temperatura.

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