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Sindicatos somam-se à negociação do plano de ajuda a Portugal

Negociadores internacionais se reuniram com os sindicatos e à oposição para tentar um acordo para o plano de ajuda ao país

Sede do Banco Central Europeu: objetivo é que ajuda à Portugal chegue até a metade de maio (Daniel Roland/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de abril de 2011 às 18h33.

Lisboa - As negociações sobre o plano de ajuda a Portugal prosseguiram nesta terça-feira em Lisboa, onde os representantes da Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e o FMI reuniram-se com a oposição de direita e os dois principais sindicatos do país.

Nesta terça-feira pela manhã, os representantes da Comissão Europeia, do BCE e do Fundo Monetário Internacional (FMI) reuniram-se durante quase duas horas com responsáveis do Partido Social-Democrata (PSD, centro-direita), principal partido de oposição, e depois com o CDS, um partido de direita minoritário.

Depois destas reuniões na sede de ambos os partidos em Lisboa, os participantes não quiseram detalhar o conteúdo das negociações.

"Só a partir da semana que vem vão apresentar ao governo e aos partidos medidas mais concretas, para incluí-las no programa de ajuste macroeconômico", explicou o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, que não participou das conversas.

"O PSD não criará obstáculos para a ajuda financeira", porque "o país precisa dela desesperadamente", disse à rádio TSF.

O líder do CDS, Paulo Portas, disse ter destacado diante da missão internacional a importância de aplicar "um programa que permita o crescimento econômico".

Os encontros da missão internacional com a oposição limitaram-se à direita, já que a esquerda antiliberal, contrária à intervenção externa, rejeitou o convite na segunda-feira.

Tanto a UE como o FMI estão dispostos a ajudar Portugal, mas com a estrita condição de que Lisboa adote daqui até a metade de maio um "programa de ajuste", que deverá incluir medidas de austeridade "ambiciosas" e uma política de "crescimento e competitividade" baseada em reformas estruturais e privatizações.

A conclusão de um acordo até a metade de maio é crucial para Portugal, que deve pagar em 15 de junho cerca de 5 bilhões de euros de dívida. Na quarta-feira, recorrerá aos mercados, com uma emissão de curto prazo na qual espera arrecadar de 750 milhões a 1 bilhão.

Os chefes da missão internacional começaram nesta semana a negociar com as autoridades portuguesas as condições do plano de ajuda, estimado em 80 bilhões de euros.

Na segunda-feira, reuniram-se com o ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, o presidente do Banco de Portugal, Carlos Costa, e o primeiro-ministro demissionário, José Sócrates, segundo a imprensa local.

Na tarde desta terça-feira, os negociadores reuniram-se com os representantes das principais confederações sindicais: a CGTP, próxima ao Partido Comunista, a UGT, historicamente ligada aos socialistas.

"Negociamos com organizações internacionais que chegam com um projeto extremamente duro", afirmou João Proença, secretário-geral da UGT.

"Deve haver uma grande preocupação para evitar rupturas sociais", considerou por sua vez Manuel Carvalho da Silva, da CGTP.

Na quarta-feira pela manhã, as reuniões continuarão com as principais confederações patronais.

Os esforços "não devem limitar=se aos objetivos de redução do déficit", porque se corre o risco de "matar as empresas", considerou João Vieira Lopes, presidente da Confederação de Comércio e Serviços (CCP), em declarações ao Diário Econômico.

Em 2010, Portugal teve um déficit público de 8,6% do PIB, muito acima dos 3% fixados pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento Europeu, e uma dívida de 159,9 bilhões de euros, ou seja, 92,4% do PIB, acima dos 60% preconizados pela UE.

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Lisboa - As negociações sobre o plano de ajuda a Portugal prosseguiram nesta terça-feira em Lisboa, onde os representantes da Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e o FMI reuniram-se com a oposição de direita e os dois principais sindicatos do país.

Nesta terça-feira pela manhã, os representantes da Comissão Europeia, do BCE e do Fundo Monetário Internacional (FMI) reuniram-se durante quase duas horas com responsáveis do Partido Social-Democrata (PSD, centro-direita), principal partido de oposição, e depois com o CDS, um partido de direita minoritário.

Depois destas reuniões na sede de ambos os partidos em Lisboa, os participantes não quiseram detalhar o conteúdo das negociações.

"Só a partir da semana que vem vão apresentar ao governo e aos partidos medidas mais concretas, para incluí-las no programa de ajuste macroeconômico", explicou o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, que não participou das conversas.

"O PSD não criará obstáculos para a ajuda financeira", porque "o país precisa dela desesperadamente", disse à rádio TSF.

O líder do CDS, Paulo Portas, disse ter destacado diante da missão internacional a importância de aplicar "um programa que permita o crescimento econômico".

Os encontros da missão internacional com a oposição limitaram-se à direita, já que a esquerda antiliberal, contrária à intervenção externa, rejeitou o convite na segunda-feira.

Tanto a UE como o FMI estão dispostos a ajudar Portugal, mas com a estrita condição de que Lisboa adote daqui até a metade de maio um "programa de ajuste", que deverá incluir medidas de austeridade "ambiciosas" e uma política de "crescimento e competitividade" baseada em reformas estruturais e privatizações.

A conclusão de um acordo até a metade de maio é crucial para Portugal, que deve pagar em 15 de junho cerca de 5 bilhões de euros de dívida. Na quarta-feira, recorrerá aos mercados, com uma emissão de curto prazo na qual espera arrecadar de 750 milhões a 1 bilhão.

Os chefes da missão internacional começaram nesta semana a negociar com as autoridades portuguesas as condições do plano de ajuda, estimado em 80 bilhões de euros.

Na segunda-feira, reuniram-se com o ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, o presidente do Banco de Portugal, Carlos Costa, e o primeiro-ministro demissionário, José Sócrates, segundo a imprensa local.

Na tarde desta terça-feira, os negociadores reuniram-se com os representantes das principais confederações sindicais: a CGTP, próxima ao Partido Comunista, a UGT, historicamente ligada aos socialistas.

"Negociamos com organizações internacionais que chegam com um projeto extremamente duro", afirmou João Proença, secretário-geral da UGT.

"Deve haver uma grande preocupação para evitar rupturas sociais", considerou por sua vez Manuel Carvalho da Silva, da CGTP.

Na quarta-feira pela manhã, as reuniões continuarão com as principais confederações patronais.

Os esforços "não devem limitar=se aos objetivos de redução do déficit", porque se corre o risco de "matar as empresas", considerou João Vieira Lopes, presidente da Confederação de Comércio e Serviços (CCP), em declarações ao Diário Econômico.

Em 2010, Portugal teve um déficit público de 8,6% do PIB, muito acima dos 3% fixados pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento Europeu, e uma dívida de 159,9 bilhões de euros, ou seja, 92,4% do PIB, acima dos 60% preconizados pela UE.

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