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Senado dos EUA absolve Donald Trump em segundo processo de impeachment

Absolvição já era esperada, já que uma maioria de dois terços era necessária para condenar o ex-presidente

Trump: essa foi a primeira vez que o Senado julgou o impeachment de um presidente que já deixou o cargo (AFP/AFP)

Trump: essa foi a primeira vez que o Senado julgou o impeachment de um presidente que já deixou o cargo (AFP/AFP)

AM

André Martins

Publicado em 13 de fevereiro de 2021 às 17h54.

Última atualização em 13 de fevereiro de 2021 às 21h23.

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi absolvido pelo Senado na tarde deste sábado, 13, das acusações do processo de impeachment, de “incitação à ressureição”, por ter, segundo a acusação, incentivado a invasão do Capitólio e as cenas de guerra orquestradas por extremistas em Washington D.C. em 6 de janeiro.

A votação terminou em 57 votos a favor do impeachment x 43 contra o processo. Os 50 senadores democratas e 7 republicanos votaram para condenar Trump, enquanto 43 republicanos votaram para absolvê-lo. Eram necessários 67 votos para condenar o ex-presidente

Caso Trump tivesse sido condenado, o Senado poderia votar por maioria simples a possibilidade da cassação de seus direitos políticos, tornando-o inelegível.

Com a absolvição, que já era esperada, Donald Trump está livre para concorrer na próxima eleição presidencial dos Estados Unidos em 2024 ou a outros cargos.

O julgamento chegou a ser adiado após deputados democratas responsáveis pela acusação convocarem a deputada republicana Jaime Herrera Beutler para depor sobre a sua afirmação que o deputado Kevin McCarth, líder da maioria na Câmara, teria recebido uma ligação de Trump no momento da invasão ao Capitólio que indicava que o então presidente apoiava os invasores. De acordo com Beutler, Trump teria resistido a pedir a seus partidários que parassem a invasão.

No entanto, os congressistas chegarem a um acordo para admitir como evidência uma declaração de Jaime Herrera Beutler sobre o telefonema entre Trump e McCarthy. Com isso, as argumentações finais e a votação foram iniciadas para que o julgamento fosse encerrado hoje. 

Durante as argumentações finais, os democratas apresentaram diversos vídeos e postagens nas redes sociais e alegaram que Trump preparou seus apoiadores para a violência, gastou dinheiro para divulgar a mensagem de que a eleição foi roubada, emitiu um convite para "marcar a data" 6 de janeiro e, depois de incitar a aglomeração, se absteve de pedir ajuda.

Já os advogados de defesa disseram, em seus argumentos finais, que os democratas não conseguiram provar que Trump incitou a rebelião, que forçou a evacuação do Capitólio. O advogado de Trump Michael van der Veen disse que em nenhum momento o ex-presidente encorajou explicitamente seus apoiadores a praticarem violência.

Essa foi a primeira vez que o Senado julgou o impeachment de um presidente que já deixou o cargo. O mandato de Trump acabou no último dia 20 de janeiro, quando Joe Biden tomou posse -- uma semana após o impedimento ser aceito pela Câmara. 

Está é também a primeira vez que um mesmo presidente foi julgado duas vezes por impeachment. Trump entrou para a história em 13 de janeiro ao ser o primeiro presidente americano a ter tido dois impeachments aprovados contra si na Câmara. O primeiro foi em dezembro de 2019, quando foi acusado de abuso de poder e obstrução do Congresso, processo aceito pela Câmara mas rejeitado pelo Senado na ocasião.

(com informações do Estadão Conteúdo)

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