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Ruanda vai realocar 75 mil refugiados do Burundi

Segundo justificou a ministra de Relações Exteriores, os "interesses políticos" que foram criados em torno dos refugiados do país vizinho "são inaceitáveis"


	Refugiados: o governo de Ruanda foi reiteradamente acusado de treinar os refugiados burundineses para que tirassem o presidente do poder
 (Alain Wandimoyi / AFP/Divulgação)

Refugiados: o governo de Ruanda foi reiteradamente acusado de treinar os refugiados burundineses para que tirassem o presidente do poder (Alain Wandimoyi / AFP/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 12 de fevereiro de 2016 às 09h25.

Kigali - O governo de Ruanda anunciou nesta sexta-feira que realocará em outros países os cerca de 75 mil refugiados burundineses que acolhe desde o ano passado, que deixaram suas casas por causa da onda de violência que o país vive desde a reeleição fraudulenta de seu presidente, Pierre Nkurunziza.

Segundo justificou a ministra ruandesa de Relações Exteriores, Louise Mushikiwabo, os "interesses políticos" que foram criados em torno dos refugiados do país vizinho "são inaceitáveis".

A ministra, que ressaltou a inconveniência de receber refugiados de um país com o qual compartilha fronteira, trabalhará "estreitamente" com seus "parceiros internacionais" para tirá-los dos campos que ocupam em diferentes cidades de Ruanda.

O governo de Ruanda foi reiteradamente acusado de treinar os refugiados burundineses para que tirassem Nkurunziza do poder.

Burundi está imerso em uma grave crise que explodiu em abril do ano passado quando seu presidente anunciou que concorreria pela terceira vez às eleições, o que é proibido pela Constituição e viola os acordos que acabaram com uma longa guerra civil em 2005.

Nkurunziza foi reeleito em julho, em pleito que a comunidade internacional considera fraudulentos, o que não impediu que o presidente se mantenha em seu cargo.

Segundo a ONU, além das mais de 400 pessoas que foram assassinadas durante esta crise política, 237 mil tiveram que fugir do país.

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