Erdogan e Putin: a compra do sistema antimíssil S400, de fabricação russa, pela Turquia também será debatida
Da Redação
Publicado em 28 de setembro de 2017 às 06h19.
Última atualização em 28 de setembro de 2017 às 07h12.
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, encontram-se em Ancara para discutir o futuro da Síria. Na mesa, a pauta é um plano, acordado em conjunto com o governo do Irã, que prevê a redução dos conflitos na região de Idlib, no noroeste da Síria.
Às Sete – um guia rápido para começar seu dia
Leia também estas outras notícias da seção Às Sete e comece o dia bem informado:
No início de setembro, os três países haviam conversado sobre a retirada de tropas e a manutenção de observadores na província, que faz fronteira com a Turquia, e é controlada por uma aliança antigamente ligado ao grupo terrorista Al Qaeda.
As conversas também terão outros pontos. A compra do sistema antimíssil S400, de fabricação russa, pela Turquia também será debatida, bem como a instalação de uma usina nuclear russa em solo turco, além dos resultados do referendo curdo, realizado na segunda-feira.
A militarização da Turquia e aproximação do país com os russos tem preocupado os parceiros da Otan — adicionando um novo capítulo na lista de medidas autoritárias que o presidente Erdogan implementou no país desde a ampliação dos seus poderes por meio de referendo.
Uma aproximação com a Rússia também é uma maneira de passar uma mensagem: com o Ocidente mais endurecido em relação a Erdogan, o presidente busca sinalizar aos aliados que pode seguir para o lado da Rússia.
Assusta também a velocidade da cortesia. As relações bilaterais entre os dois países estavam congeladas desde que os turcos abateram um caça russo que operava de uma base aérea na Síria, em 2015.
No ano passado, quando o embaixador russo Andrey Karlov foi assassinado por um ex-policial turco, a situação parecia ainda mais complexa.
As cooperações no caso sírio exemplificam bem essa evolução nas relações entre os países. Desta vez, a manutenção da paz em Idlib é importante para a Turquia pois muitos combatentes apoiados pelo governo Erdogan estão refugiados na província.
Caso haja um ataque russo por lá, a Turquia será obrigado a entrar militarmente na região, ou abrir suas fronteiras para essas pessoas.
Já a Rússia, continua com interesses econômicos e comerciais na região, além do apoio ao governo de Bashar al-Assad. Mesmo a paz na Síria parece esconder interesses maiores do que parecem.