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Procuradora responsável pela Lava Jato no Peru é demitida

Ministra salientou que o governo pretende que a "Odebrecht deixe o país", mas antes "deve pagar pelos danos civis correspondentes"

Odebrecht: é investigada no Peru pelo pagamento de US$ 29 milhões em propinas entre 2005 e 2014 para realizar obras públicas (Guadalupe Pardo/Reuters)
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EFE

Publicado em 20 de julho de 2017 às 06h40.

Lima - A ministra da Justiça do Peru , Marisol Pérez Tello, anunciou na quarta-feira a demissão da procuradora responsável pelo caso da Operação Lava Jato no país, Katherine Ampuero, por ter apresentado um recurso que evitará que a construtora Odebrecht pague uma reparação civil ao Estado pelas propinas pagas em solo peruano.

Em uma entrevista à "RPP Notícias", Marisol afirmou que perdeu a confiança em Katherine e que o governo peruano decidiu despedi-la do cargo.

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A procuradora apresentou uma ordem de inibição no caso do projeto de irrigação Olmos, aceito pela justiça peruana, onde impedirá a Odebrecht de transferir as ações mantidas em duas empresas envolvidas no projeto.

Em um comunicado, a Odebrecht informou, no início deste mês, que a medida prejudica diretamente os credores da empresa e ao próprio Estado Peruano, pois sem a venda do ativo não será possível gerar os fluxos necessários para recuperar a cadeia de pagamento e proceder ao pagamento da reparação civil ao Estado.

Marisol Pérez Tello salientou que o governo pretende que a "Odebrecht deixe o país", mas antes "deve pagar pelos danos civis correspondentes".

A ministra disse que a presidente do Conselho de Defesa Jurídica do Estado, Julia Príncipe, tinha renunciado em solidariedade a Katherine Ampuero, porém, minutos depois, declarou ao mesmo programa de TV que não tinha renunciado, mas que estavam se separando do cargo.

"Está me tirando do cargo por não ter aceito destituir a procuradora Katherine Ampuero pela inibição no caso Olmos", explicou Julia Príncipe.

A Odebrecht é investigada no Peru pelo pagamento de US$ 29 milhões em propinas entre 2005 e 2014 para realizar obras públicas.

Um escândalo de corrupção que culminou com a prisão preventiva para o ex-presidente Ollanta Humala e sua esposa Nadine Herédia, alem de um mandado similar, para ser executado contra o ex-mandatário Alejandro Toledo e sua esposa Elianne Karp.

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