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Por que os últimos movimentos da Coreia do Norte preocupam o Ocidente?

Desde o final do ano passado, Kim Jong Un pediu que a Coreia do Sul fosse classificada como "inimigo permanente"

Kim ajudou Putin na guerra contra a Ucrânia e recebeu apoio financeiro e tecnológico em troca (Vladimir SMIRNOV /Getty Images)
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 7 de março de 2024 às 06h48.

A aliança entre Coreia do Norte e Rússia vem preocupando alguns países, sobretudo Coreia do Sul e Ucrânia.

À medida que Pyongyang vem ajudando Moscou na guerra, o Kremlin incentiva o regime de Kim Jong Un a continuar as hostilidades contra o vizinho do sul.

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Vladimir Putin recorreu à Coreia do Norte para obter projéteis de artilharia para o conflito contra a Ucrânia. No mês passado, os Estados Unidos disseram que o país havia enviado cerca de 10.000 contêineres de "munições ou materiais relacionados a munições" para a Rússia. Presume-se que a Coreia do Norte esteja recebendo dinheiro, alimentos e petróleo em troca.

Putin chegou a dar um carro de luxo a Kim como sinal de 'relações especiais'.

O Ocidente está preocupado se o regime de Kim Jong Un pode estar recebendo ajuda militar da Rússia, como peças de reposição a tecnologia de mísseis.

De acordo com a The Economist, a Coreia do Norte deve lançar algum tipo de provocação militar em breve, ato que Seul já prometeu "responder de forma feroz".

Atualmente, o país comunista possui material suficiente para 35 a 63 dispositivos nucleares, de acordo com o Institute for Science and International Security, um think-tank americano. Em 2005, esses dispositivos não passavam de 13. A Coreia do Norte também tem quase 1.000 peças de artilharia de longo alcance "treinadas" contra Seul.

Discursos inflamados de Kim

Os últimos discursos de Kim estão preocupando a comunidade internacional. Em 31 de dezembro, ele praticamente abandonou as conversas de cooperação ao tratar as relações das Coreias como "entre dois Estados hostis". Desde então, o ditador pediu que o Sul fosse classificado como o "inimigo permanente". Ele alertou que uma invasão sul-coreana no território, nas águas ou no espaço aéreo do Norte "de até 0,001 milímetro... será considerada uma provocação de guerra".

Em fevereiro, Kim descreveu a fronteira marítima como uma "linha fantasma", afirmando que as águas territoriais da Coreia do Norte se estendem além dela.

O ditador norte-coreano elevou o tom do discurso no mesmo momento em que aprimora suas armas.  Em novembro, lançou seu primeiro satélite espião militar. Em dezembro, testou novamente um míssil balístico intercontinental com combustível sólido, o que permite que ele seja lançado mais rapidamente do que o tipo com combustível líquido.

Também em janeiro, regime de Kim alegou ter testado um míssil "hipersônico" manobrável com combustível sólido, que seria melhor para escapar das defesas aéreas americanas ou sul-coreanas. Imagens de satélite sugerem que a Coreia do Norte preparou seu local de testes nucleares para um sétimo teste. Quando isso acontecer, ela provavelmente testará uma ogiva de baixo rendimento que poderia ser usada no campo de batalha.

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