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Papa Leão XIV critica plano de paz de Trump e cobra papel da Europa

Declaração ocorre após Trump chamar a UE de “grupo em decadência” com “líderes fracos”

Papa Leão XIV: pontífice afirma que plano de paz sem Europa para a Ucrânia “não é realista”. (Simone Risoluti - Vatican Media via Vatican Pool/Getty Images)

Papa Leão XIV: pontífice afirma que plano de paz sem Europa para a Ucrânia “não é realista”. (Simone Risoluti - Vatican Media via Vatican Pool/Getty Images)

Publicado em 10 de dezembro de 2025 às 09h49.

O papa Leão XIV afirmou nesta terça-feira, 10, que um plano de paz para a guerra na Ucrânia que não inclua a Europa “não é realista”.

A declaração foi feita após críticas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à União Europeia (UE) e seus líderes, em meio às negociações lideradas por Washington.

“Buscar um acordo de paz sem incluir a Europa nas conversas não é realista. A guerra está na Europa”, disse o pontífice ao deixar sua residência em Castel Gandolfo, nos arredores de Roma. Pela manhã, ele se reuniu com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.

A fala foi uma resposta direta às recentes críticas de Trump, que em entrevista ao portal Politico classificou a UE como um grupo de países “em decadência” e comandado por “líderes fracos”.

O presidente norte-americano tem conduzido, com interlocutores próximos, negociações paralelas que visam um acordo de cessar-fogo ou paz parcial na Ucrânia, sem participação ativa de países europeus.

“A Europa deve fazer parte [das garantias de segurança], hoje e no futuro. Infelizmente, nem todos entendem assim”, afirmou o papa, sugerindo que há uma oportunidade para os países europeus reafirmarem sua unidade em meio à guerra que se arrasta desde fevereiro de 2022.

Conflito e impasses nas negociações

A fala do papa ocorre em um momento delicado. As negociações de paz entre Ucrânia e Rússia, interrompidas desde 2022, voltaram a ser tema de debate internacional após Trump indicar que poderia apresentar uma proposta “viável” caso seja reeleito em 2026.

Seus aliados mais próximos defendem uma solução “rápida e pragmática”, mas sem compromisso com os moldes diplomáticos tradicionais da UE ou da Otan.

A União Europeia tem reiterado que qualquer processo de negociação deve contar com Kiev como protagonista e respeitar a integridade territorial da Ucrânia.

Já a Igreja Católica, sob liderança de Leão XIV, vem buscando posicionar-se como mediadora ou voz moral em temas geopolíticos, sem adotar alinhamento explícito a nenhum dos lados.

“A unidade dos países europeus é verdadeiramente significativa, especialmente neste caso”, disse o papa, reforçando a necessidade de articulação multilateral no enfrentamento da crise.

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