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Ozempic e Wegovy "acabam" com canetas de insulina na África do Sul; entenda

Novo Nordisk optou por não renovar seu contrato para fornecer insulina em canetas ao país africano

A Novo Nordisk domina o mercado global de insulina em canetas (Ozempic/Divulgação)

A Novo Nordisk domina o mercado global de insulina em canetas (Ozempic/Divulgação)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 20 de junho de 2024 às 16h19.

Última atualização em 20 de junho de 2024 às 16h33.

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A adesão ao uso do Ozempic e Wegovy já está causando problemas de saúde pública em alguns lugares do mundo. O sistema de saúde África do Sul, por exemplo, ficou sem canetas de insulina neste ano, em um momento no qual a indústria farmacêutica muda as prioridades de produção para medicamentos que promovem a perda de peso.

Segundo reportagem do New York Times, a Novo Nordisk, empresa que fornece insulina humana em canetas à África do Sul há uma década, optou por não renovar o seu contrato, que expirou no mês passado. Até o momento, nenhuma outra empresa apresentou proposta para fornecer as 14 milhões de canetas necessárias durante os próximos três anos.

Os medicamentos Ozempic e Wegovy da Novo Nordisk, amplamente prescritos nos EUA para perda de peso, são vendidos em canetas descartáveis ​​produzidas por muitos dos mesmos fabricantes que fazem as canetas multidose de insulina.

“As atuais limitações da capacidade de produção significam que os pacientes em alguns países, incluindo a África do Sul, podem ter acesso limitado às nossas insulinas em canetas”, disse Ambre James-Brown, porta-voz da Novo Nordisk.

'Febre' no mundo todo

A Novo Nordisk domina o mercado global de insulina em canetas e fornece à África do Sul desde 2014. A Eli Lilly, o outro grande produtor, indicou que está tentando, nos últimos meses, acompanhar a procura significativa do seu medicamento para perda de peso, o Zepbound.

A Novo Nordisk continua a fornecer insulina humana em frascos para a África do Sul, onde mais de 4 milhões de pessoas vivem com diabetes. Mas as canetas são consideradas muito mais práticas e precisas. A empresa começou a fabricá-las em 1985 e, de lá para cá, se tornaram o padrão de tratamento para diabéticos tipo 1 nos países industrializados. São usadas também ​​por pessoas ricas em países de baixa renda.

A África do Sul é uma raridade entre os países com poucos recursos, sendo o único que, até agora, forneceu canetas de insulina ao serviço público de saúde.

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