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Otan se reforça diante da Rússia

O plano prevê enviar mais tropas aos países Bálticos e à Polônia e, assim, finalizar a adaptação (militar) mais importante desde o fim da Guerra Fria

Otan: o plano prevê enviar mais tropas aos países Bálticos e à Polônia e, assim, finalizar "a adaptação (militar) mais importante desde o fim da Guerra Fria" (Brendan Smialowski/AFP)
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Da Redação

Publicado em 19 de maio de 2016 às 10h31.

Os chefes da diplomacia dos países da Otan terminarão de definir nesta quinta-feira em Bruxelas as diretrizes do reforço militar da Aliança em seu flanco oriental, o maior desde o fim da Guerra Fria, diante de uma Rússia considerada cada vez mais agressiva.

As medidas serão validadas definitivamente em uma cúpula dos 28 países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em seis semanas em Varsóvia.

O plano prevê enviar mais tropas aos países Bálticos e à Polônia e, assim, finalizar "a adaptação (militar) mais importante desde o fim da Guerra Fria", segundo o secretário-geral da Aliança, Jens Stoltenberg.

Os ministros também debaterão nesta quinta-feira os crescentes desafios da Otan no flanco sul, com o conflito na Síria e no Iraque e a instabilidade da África do Norte, da qual o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) pode tirar proveito.

"Na periferia da Otan, em particular no sudeste (...), mas também do outro lado do Mediterrâneo, no litoral setentrional da África, há uma série de Estados debilitados ou falidos", destacou o embaixador americano na Otan, Douglas Lute.

A Otan, liderada pelos Estados Unidos, também realizou uma aproximação histórica com a União Europeia, que enfrenta uma onda migratória sem precedentes desde a Segunda Guerra Mundial.

Desde o início de março, navios de guerra dos membros da Otan navegam no mar Egeu para vigiar as redes de traficantes que operam a partir da costa turca e facilitar a intervenção da guarda-costeira grega e turca.

As duas organizações têm sua sede em Bruxelas e 22 dos 28 membros da Otan também são integrantes da UE.

"Discussão sóbria" sobre a Rússia

O embaixador Douglas Lute ressaltou na quarta-feira que os ministros terão "uma discussão muito sóbria sobre como tratar a Rússia, que essencialmente deixou de seguir as regras".

"Não é mais o sócio previsível que acreditávamos ter", disse Lute, acrescentando: "Talvez não tenhamos um sócio aberto ao diálogo, mas temos que mostrar que a Otan sempre está aberta ao diálogo".

Montenegro, uma pequena república dos Bálcãs proveniente da ex-Iugoslávia, assinará nesta quinta-feira o protocolo de adesão ao Tratado de Washington.

A Rússia protestou contra esta iniciativa, encarando-a como uma ameaça para sua esfera de influência.

A intervenção russa na Ucrânia e a anexação da Crimeia em 2014 impulsionaram uma mudança de estratégia da Otan, focada desde o fim da Guerra Fria em conflitos distantes, como o do Afeganistão.

Nos últimos dois anos a Otan multiplicou suas manobras militares e patrulhas marítimas, terrestres e aéreas no leste da Europa.

Também realizou uma série de reformas para aumentar a rapidez de mobilização de suas forças, que culminará com o envio - por rotações - de vários batalhões a países fronteiriços com a Rússia, segundo a proposta das autoridades militares da Aliança que ainda não foi endossada.

Moscou também vê nisso uma clara ameaça. As tensões se reavivaram recentemente com o avanço à segunda fase do escudo antimísseis que os Estados Unidos instalam em diferentes países da Aliança.

O presidente russo, Vladimir Putin, advertiu Washington de que a Rússia tomará medidas para "colocar fim a ameaças".

Evitar corrida armamentista

Na quarta-feira, Stoltenberg advertiu sobre o risco de uma nova corrida armamentista, insistindo que a resposta da Aliança era "defensiva, proporcional e em conformidade com suas obrigações internacionais".

A Otan quer dialogar com a Rússia para reduzir as tensões e evitar incidentes perigosos, afirmou.

A Aliança suspendeu toda a cooperação prática com Moscou pela crise na Ucrânia, mas deixou abertos canais de comunicação no que é conhecido como o Conselho Otan-Rússia.

Em abril, esta instância se reuniu pela primeira vez em 20 meses na sede da Otan. Antes da cúpula em Varsóvia (8 e 9 de julho) pode ser organizado um novo encontro entre os embaixadores da Otan e seu colega russo.

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Os chefes da diplomacia dos países da Otan terminarão de definir nesta quinta-feira em Bruxelas as diretrizes do reforço militar da Aliança em seu flanco oriental, o maior desde o fim da Guerra Fria, diante de uma Rússia considerada cada vez mais agressiva.

As medidas serão validadas definitivamente em uma cúpula dos 28 países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em seis semanas em Varsóvia.

O plano prevê enviar mais tropas aos países Bálticos e à Polônia e, assim, finalizar "a adaptação (militar) mais importante desde o fim da Guerra Fria", segundo o secretário-geral da Aliança, Jens Stoltenberg.

Os ministros também debaterão nesta quinta-feira os crescentes desafios da Otan no flanco sul, com o conflito na Síria e no Iraque e a instabilidade da África do Norte, da qual o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) pode tirar proveito.

"Na periferia da Otan, em particular no sudeste (...), mas também do outro lado do Mediterrâneo, no litoral setentrional da África, há uma série de Estados debilitados ou falidos", destacou o embaixador americano na Otan, Douglas Lute.

A Otan, liderada pelos Estados Unidos, também realizou uma aproximação histórica com a União Europeia, que enfrenta uma onda migratória sem precedentes desde a Segunda Guerra Mundial.

Desde o início de março, navios de guerra dos membros da Otan navegam no mar Egeu para vigiar as redes de traficantes que operam a partir da costa turca e facilitar a intervenção da guarda-costeira grega e turca.

As duas organizações têm sua sede em Bruxelas e 22 dos 28 membros da Otan também são integrantes da UE.

"Discussão sóbria" sobre a Rússia

O embaixador Douglas Lute ressaltou na quarta-feira que os ministros terão "uma discussão muito sóbria sobre como tratar a Rússia, que essencialmente deixou de seguir as regras".

"Não é mais o sócio previsível que acreditávamos ter", disse Lute, acrescentando: "Talvez não tenhamos um sócio aberto ao diálogo, mas temos que mostrar que a Otan sempre está aberta ao diálogo".

Montenegro, uma pequena república dos Bálcãs proveniente da ex-Iugoslávia, assinará nesta quinta-feira o protocolo de adesão ao Tratado de Washington.

A Rússia protestou contra esta iniciativa, encarando-a como uma ameaça para sua esfera de influência.

A intervenção russa na Ucrânia e a anexação da Crimeia em 2014 impulsionaram uma mudança de estratégia da Otan, focada desde o fim da Guerra Fria em conflitos distantes, como o do Afeganistão.

Nos últimos dois anos a Otan multiplicou suas manobras militares e patrulhas marítimas, terrestres e aéreas no leste da Europa.

Também realizou uma série de reformas para aumentar a rapidez de mobilização de suas forças, que culminará com o envio - por rotações - de vários batalhões a países fronteiriços com a Rússia, segundo a proposta das autoridades militares da Aliança que ainda não foi endossada.

Moscou também vê nisso uma clara ameaça. As tensões se reavivaram recentemente com o avanço à segunda fase do escudo antimísseis que os Estados Unidos instalam em diferentes países da Aliança.

O presidente russo, Vladimir Putin, advertiu Washington de que a Rússia tomará medidas para "colocar fim a ameaças".

Evitar corrida armamentista

Na quarta-feira, Stoltenberg advertiu sobre o risco de uma nova corrida armamentista, insistindo que a resposta da Aliança era "defensiva, proporcional e em conformidade com suas obrigações internacionais".

A Otan quer dialogar com a Rússia para reduzir as tensões e evitar incidentes perigosos, afirmou.

A Aliança suspendeu toda a cooperação prática com Moscou pela crise na Ucrânia, mas deixou abertos canais de comunicação no que é conhecido como o Conselho Otan-Rússia.

Em abril, esta instância se reuniu pela primeira vez em 20 meses na sede da Otan. Antes da cúpula em Varsóvia (8 e 9 de julho) pode ser organizado um novo encontro entre os embaixadores da Otan e seu colega russo.

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