Bomba nuclear (Three Lions/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 13 de julho de 2017 às 06h00.
Última atualização em 13 de julho de 2017 às 06h00.
O Relógio do Fim do Mundo marca três minutos para a meia-noite.
Três minutos para a destruição total do planeta. É o que aponta o Bulletin of the Atomic Scientists, que publica análises e dados atualizados sobre o arsenal atômico mundial e criou o relógio simbólico para estimar a iminência de uma catástrofe nuclear.
Desde 1984, a escala não chegava tão perto da meia-noite, da destruição total – no auge da Guerra Fria, em 1963, eram 12 minutos para o caos.
As tensões diplomáticas recentes entre EUA e Rússia culminaram num ato inesperado de Vladimir Putin: ele suspendeu um acordo de 16 anos entre os dois países, que previa o descarte de 34 toneladas de plutônio.
O minério radioativo serve como matéria-prima para ogivas nucleares – cápsulas que permitem condensar o conteúdo de uma bomba, a ponto de fazê-lo caber na cabeça de um míssil. Somados, russos e americanos têm mais de 8 mil dessas armas prontas para serem disparadas ao toque de um botão.
China, França e Reino Unido completam o grupo de nações capazes de detonar uma bomba em qualquer lugar do globo.
Os demais países com arsenal atômico, porém com menor alcance, são Índia, Paquistão e Israel.
O Irã tenta entrar no clube, mas, apesar de ter mísseis de longo alcance, ainda busca dominar o enriquecimento de urânio para produzir ogivas.
Para piorar o cenário, um novo e misterioso player chegou batendo no tabuleiro: a Coreia do Norte tem detonado testes e especula-se que esteja desenvolvendo mísseis com potencial para viajar 13 mil km – alcance suficiente para ameaçar todo o território dos EUA.
Confira, a seguir, as armas que estão prontas para zerar o nosso tempo na Terra.
A ameaça atômica está no ar – na terra e no mar também. Estima-se que nove países detêm quase 4 mil mísseis e 9.400 ogivas prontas para desencadear a 1ª (e última) Guerra Nuclear.
Vladimir Putin tem mais mísseis e bombas prontas para disparar do que toda a concorrência somada.
Esse poder de fogo é encabeçado pelo míssil balístico intercontinental (ICBM) de mais longo alcance no mundo: o Satan (SS-18), que chega a 16 mil km e carrega até 10 ogivas.
As armas americanas são as mais bem projetadas. Além de durarem mais tempo com capacidade operacional, atingem os alvos com mais precisão.
A tecnologia é tão de ponta que o míssil mais poderoso dos EUA, o Minute Man III, foi criado em 1970. Com alcance de 13 mil km, ele tem esse nome porque pode ser acionado por Donald Trump simplesmente apertando um botão.
É mais armada que traficante de drogas. Tem mísseis em todas as faixas de alcance, o que torna o país capaz de atingir qualquer alvo com rapidez.
Apesar do poderio, defende a política de “não atirar primeiro”, ou seja, o compromisso de só usar armas nucleares se sofrer antes um ataque atômico.
Desde 2008, o país se autoimpôs o limite de ter por volta de 300 ogivas – número suficiente para garantir segurança, ou ameaçar inimigos, e para manter o programa nuclear “barato”.
O grosso do poderio está embaixo d’água: submarinos equipados com mísseis que percorrem até 6 mil km garantem alcance global para o arsenal francês.
A disputa pela região da Caxemira impulsiona tensões entre o país e a vizinha Índia. A arma paquistanesa mais avançada é o Shaheen-3 – seus 2.750 km de alcance são suficientes para intimidar o rival.
Em 2005, assinou com a Índia um tratado em que os vizinhos garantem avisar com antecedência sobre testes com mísseis balísticos.
Os indianos fizeram seu primeiro teste nuclear 14 anos antes do Paquistão, em 1974. Em termos de balística, também dá de goleada no Paquistão.
Seu míssil mais potente, o Agnis-5, atinge alvos a até 8 mil km de distância. Com esse poderio terrestre, os indianos podem mirar quase o mundo todo, menos as Américas e parte do Polo Sul.
Embora tenha um arsenal modesto comparado aos das maiores potências, também consegue atingir qualquer canto do globo.
Seus quatro submarinos nucleares carregam todos os seus 58 mísseis Trident II (com alcance entre 8 mil e 12 mil km). O país estuda investir US$ 20 bilhões para trocar a frota até 2028.
O único país do Oriente Médio com mísseis atômicos não assinou o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares.
Uma das motivações israelenses para continuar a incrementar seu programa nuclear é a ameaça de o inimigo Irã conseguir desenvolver ou contrabandear ogivas para os seus mísseis.
Tudo leva a crer que Kim Jong-un tenha um pequeno arsenal nuclear, com no máximo dez ogivas, para chamar de seu.
O país conduz testes com bombas desde 2006 – em 2016 foram dois.
Embora não haja informações precisas sobre os avanços do programa nuclear de Pyongyang, especula-se que os norte-coreanos já tenham tecnologia para produzir um míssil com alcance de 13 mil km – distância suficiente para atingir qualquer ponto do território americano.
Este conteúdo foi publicado originalmente no site da Superinteressante.