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Opositores tentam colocar Benghazi de volta à normalidade

Cidade comandada pelos manifestantes terá um conselho popular para retomar os serviços públicos

A oposição controla a cidade de Benghazi (Patrick Baz/AFP)

A oposição controla a cidade de Benghazi (Patrick Baz/AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de fevereiro de 2011 às 16h38.

Benghazi, Líbia - Opositores do líder líbio Muamar Kadhafi seguiram em frente nesta sexta-feira na tentativa de restaurar a normalidade e a ordem em Benghazi, elegendo um conselho da cidade, encarregado de retomar os serviços públicos.

Cerca de 1.000 moradores estavam de volta às ruas da segunda maior cidade da Líbia ao pôr do sol, agitando bandeiras em carros e soltando fogos de artifícios, enquanto a Coalizão Revolucionária 17 de Fevereiro se reunia para traçar um caminho a seguir.

Eles declararam a formação de um conselho da cidade, com 13 membros, cada um encarregado de avaliar as prioridades em áreas como saúde, educação, segurança pública e serviços públicos, afirmou o porta-voz da Coalizão, Abdelhafiz Ghoqa.

Ghoqa conversou com a AFP do interior do tribunal - adornado com efígies de Kadhafi - nesta cidade portuária do Mediterrânio que tem uma longa história de resistência ao regime autoritário de Trípoli.

Enquanto alguns moradores de Benghazi se dirigiram a Trípoli para participar da revolta na capital, disse Ghoqa, "nossa maior prioridade é proteger nossa cidade", em vez de organizar uma marcha em grande escala na capital.

"Inicialmente, estávamos com medo do caos, mas os jovens (que apoiaram os protestos que caçaram os simpatizantes de Kadhafi de Benghazi) estavam organizados", disse. "Agora, cada dia é melhor que o último".

Ouvido sobre como outros países poderiam ajudar, Ghoqa pediu que os governos europeus realizem o que ele chamou de "proteção aérea", com o objetivo de deter as forças de Kadhafi de utilizar o poder aéreo contra os manifestantes.

Mas, como muitos outros em Benghazi, ele alertou fortemente contra poderes estrangeiros intervindo na região. "Se todos nós lutarmos e morrermos", disse "ainda assim não recorreremos aos estrangeiros".

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