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OMS diz que crianças já morreram por coronavírus

Jovens também podem ser o maior vetor da doença apesar da baixa letalidade na faixa etária; número exato de crianças não foi divulgado

Coronavírus: na China, taxa de mortalidade era de 0% abaixo dos 9 anos (Getty Images/Getty Images)

Coronavírus: na China, taxa de mortalidade era de 0% abaixo dos 9 anos (Getty Images/Getty Images)

Tamires Vitorio

Tamires Vitorio

Publicado em 16 de março de 2020 às 15h04.

São Paulo --- A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta segunda-feira (16), que crianças já morreram por conta do novo coronavírus.

Em uma sequência de publicações no perfil oficial da OMS pelo Twitter, o diretor-geral de organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que o vírus é "uma doença séria" e que "apesar de as evidências sugerirem que aqueles com mais de 60 sofrem maiores riscos, pessoas jovens, incluindo crianças, morreram".

A OMS não divulgou o número exato de mortes na faixa etária.

Um estudo de fevereiro feito pelo Centro Chinês de Controle de Doenças e Prevenção mostrou que o coronavírus afetava pessoas mais velhas e com problemas prévios de saúde --- à época, 14,8% das pessoas com mais de 80 anos que contraíram a doença morreram, enquanto 0,2% de pessoas de 10 a 19 anos morreram. Abaixo dos 9 anos, a taxa de mortalidade era de 0%.

Em seu perfil no Twitter, o especialista em saúde pública da Universidade de Harvard, Eric Feigl-Ding, apontou que, embora o número de mortes em jovens seja baixo, eles continuam sendo vetores da doença.

Na Coreia do Sul, por exemplo, quem tem entre 20 e 29 anos representa 29,9% dos 8200 casos confirmados no local.

Até o dia 11 de março, apesar de quase 3 mil infectados na Coreia estarem abaixo dos 30 anos, ninguém nessa faixa etária havia morrido. Apesar da baixa letalidade, os mais jovens podem ser responsáveis pelo espalhamento mais rápido do vírus.

A explicação, segundo Feigl-Ding, é o fato de pessoas mais jovens serem mais ativas socialmente do que os mais velhos. "Dessa forma, podem infectar 10 vezes mais pessoas", diz.

"Então, da próxima vez que alguém falar 'não se preocupe, o vírus é leve para os jovens', explique que a complacência e a ignorância de como funciona a contaminação pode acabar aumentando o surto", explica Feigl-Ding.

"Temos um simples conselho para os países: teste, teste, teste. Teste todos os casos suspeitos de coronavírus", afirmou o diretor-geral da OMS em outro momento. Tedros também pediu para que todas as pessoas que tiverem casos confirmados ou suspeitos sejam isoladas.

A organização também aproveitou para relembrar que, mesmo que a pessoa não esteja se sentindo mal, pode infectar alguém por até 14 dias e é necessário respeitar o período de duas semanas após os sintomas --- sem visitas.

O vírus já infectou mais de 169 mil pessoas e deixou cerca de 6500 mortos. A taxa de mortalidade do COVID-19 é de 3,74%, menor do que a da SARS (8%), uma síndrome respiratória aguda grave que se alastrou entre os anos de 2002 e 2004, mas parecida com a da dengue (3,8%) e quase 2.800 vezes maior do que a da gripe comum (0,13%) ou 1.770 vezes maior do que a da gripe H1N1 (0,2%).

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