EUA: americanos revivem o drama dos tiroteios em massa depois que um homem matou 17 alunos em uma escola em Park Land, Flórida, na semana passada (Alex Wong/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 23 de fevereiro de 2018 às 06h27.
Última atualização em 23 de fevereiro de 2018 às 07h22.
O primeiro ministro australiano, Malcolm Turnbull, se encontra nesta sexta-feira com o presidente americano Donald Trump, em visita aos Estados Unidos. Oficialmente, na agenda estarão conflitos na região do Pacífico, como a Coreia do Norte e até a influência chinesa na região, principalmente na questão do Mar do Sul da China. Os 100 anos da parceria Estados Unidos-Austrália, chamada de mateship, também faz parte do encontro.
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Mas há um assunto, fora da pauta, que muitos analistas e jornais afirmam que os Estados Unidos poderiam trazer para a mesa e aprender com a Austrália: regulamentação de armas.
Turnbull já afirmou que não irá tocar no assunto durante a viagem — assim como não deve relembrar seu primeiro contato com Trump, quando o presidente americano desligou o telefone em sua cara durante uma conversa sobre imigração.
Na questão do armamento, a Austrália teve uma história familiar aos americanos, que agora revivem o drama dos tiroteios em massa depois que um homem matou 17 alunos em uma escola em Park Land, Flórida, na semana passada.
Em 1996, um homem de 28 anos, chamado Martin Bryant, armado de um rifle AR-15, abriu fogo contra turistas em Port Arthur, uma conhecida localidade da região da Tasmânia.
O ataque deixou 35 mortos e 18 feridos. Em questão de semanas, legisladores australianos baniram a venda e o uso de armas semiautomáticas ou de uso militar no país.
O governo federal implementou uma proibição às importações e um programa de recompra de armamentos pesados foi instaurado, financiado por um imposto na saúde.
Depois, em 2002, quando um estudante de Melbourne atacou alunos da Universidade de Monash com 6 pistolas, o país implementou esforços para melhor regular o comércio e revenda de pistolas.
O que aconteceu? O país viveu os últimos 22 anos sem um tiroteio em massa. a taxa de homicídio na Austrália é de 1 para cada 100.000 habitantes em 2014, um quinto da americana.
Nos Estados Unidos, segundo uma pesquisa da Universidade de Quinnipiac divulgada na terça-feira, 97% dos americanos apoiam uma checagem mais dura em antecedentes de todos os compradores de armas. Apenas 2% se opõem à medida.
O presidente Donald Trump, apoiado pela Associação Nacional de Rifles (NRA), um dos maiores lobistas de legisladores americanos, continua a defender a organização publicamente e dizer que professores armados e treinados deveriam receber um aumento. Duas maneiras bastante diferentes de encarar o mesmo problema.