Número de refugiados na Ucrânia supera 4 milhões, acima das projeções
Ao todo, são 10 milhões de pessoas deslocadas dentro e fora do país e outras 13 milhões sem conseguir fugir em áreas que estão sob ataque, diz ONU
Da redação, com agências
Publicado em 30 de março de 2022 às 09h06.
Última atualização em 30 de março de 2022 às 09h09.
O número de refugiados que fugiram da Ucrânia superou a marca de quatro milhões, de acordo com o balanço atualizado divulgado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) nesta quarta-feira, 30.
A Europa não registrava um fluxo de refugiados de tal intensidade desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
"Somos confrontados com as realidades de uma crise humanitária massiva que cresce a cada segundo", escreveu o Acnur em seu perfil no Twitter.
Cerca de 4,02 milhões de ucranianos atravessaram as fronteiras do país desde 24 de fevereiro, data dos primeiros bombardeios. O número já supera a projeção feita pelo Acnur no início da guerra.
Mais da metade buscou refúgio na Polônia, que recebeu mais de 2,3 milhões de pessoas até o momento.
Além disso, no total, mais de 10 milhões de ucranianos foram obrigados a deixar suas casas devido à guerra - o equivalente a quase 25% da população de 44 milhões de pessoas. Além dos que saíram do país, a maioria migrou dentro da própria Ucrânia para áreas menos afetadas.
O alto comissário da ONU para os refugiados, Filippo Grandi, está na Ucrânia para acompanhar os trabalhos.
O Acnur também informou que há 13 milhões de pessoas presas em áreas afetadas pela guerra ou que não conseguem sair.
Há casos como o da população de Mariupol, no sul da Ucrânia, onde mais de 100 mil pessoas estão sitiadas, com pouco acesso a água e comida. A cidade é uma das mais atacadas na guerra e contabiliza 5 mil mortes, na contagem das autoridades ucranianas.
A população de refugiados até agora é formado sobretudo por mulheres e crianças, uma vez que homens entre 18 e 60 anos estão impedidos de deixar a Ucrânia.
Embora a Polônia seja o principal destino por fazer fronteira com a Ucrânia no oeste, a tendência é que parte dos refugiados cada vez mais siga para outros países da Europa Ocidental.
Projeções apontam que, se o conflito perdurar por muito tempo e grande parte dos refugiados for permanentemente deslocada, serviços na Europa podem sofrer colapso e a economia chegar a um cenário de recessão.
(Com AFP)
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