. (Zak BENNETT/AFP)
Agência de Notícias
Publicado em 4 de novembro de 2024 às 12h53.
Última atualização em 4 de novembro de 2024 às 13h31.
O presidente da Argentina, Javier Milei, disse nesta segunda-feira, 4, que pretende demitir todos os envolvidos dentro do Ministério das Relações Exteriores na decisão de votar a favor de Cuba nas Nações Unidas, porque são “traidores da pátria”.
“A política externa é definida pelo presidente”, afirmou Milei ao canal “Ciudad Magazine”, onde foi entrevistado por sua namorada, Amalia ‘Yuyito’ González.
“Todas as pessoas envolvidas nessa decisão estão aqui para serem demitidas. Eles são traidores do país. Estamos analisando o formato legal para demiti-los e fazê-los pagar”, declarou o presidente argentino.
A Argentina juntou-se a outros 186 Estados na Assembleia Geral da ONU na última quarta-feira para formar uma maioria esmagadora a favor de uma resolução não vinculativa às sanções dos Estados Unidos contra Cuba, que estão em vigor há 62 anos e causaram um duro golpe na economia desse país.
O voto da Argentina não implicou em nenhuma mudança em relação à forma como o país havia se manifestado em assembleias anteriores em relação à mesma resolução.
Mas Milei, que assumiu o cargo em 10 de dezembro de 2023, definiu a política externa de seu governo como alinhada com EUA e Israel, os dois únicos países que rejeitaram a resolução da ONU.
O voto argentino na ONU, contrário aos desejos de Milei, provocou a substituição da então ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino, pelo ex-embaixador nos EUA, Gerardo Werthein, que assumirá nesta segunda-feira como novo chanceler.
“Entendo que eles estão apaixonados pela burocracia internacional” e “vivem uma vida parasitária”, disse Milei sobre a equipe do Ministério das Relações Exteriores, culpando a agenda “woke” e a agenda 2030 da ONU, que quer “avançar contra as liberdades individuais”.
“Você não pode simplesmente ir e votar em qualquer coisa porque você quer. Se quisermos votar no que queremos, temos que vencer as eleições”, declarou Milei.
Ao confirmar a saída de Mondino, um comunicado do gabinete do presidente afirmou que a Argentina “se opõe categoricamente à ditadura cubana e permanecerá firme na promoção de uma política externa que condena todos os regimes que perpetuam a violação dos direitos humanos e das liberdades individuais”.
Além disso, a nota informou que seria realizada uma auditoria entre os diplomatas de carreira para “identificar aqueles que promovem agendas que são inimigas da liberdade”