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Melinda Gates anuncia US$250 milhões para saúde feminina no mundo

Novo fundo da Pivotal destinará recursos para organizações do mundo inteiro que atuem na promoção de soluções de saúde para mulheres e meninas

Melinda Gates: fundo de US$ 250 milhões apoiará a saúde das mulheres em todo o mundo (Mustafa Yalcin/Anadolu Agency/Getty Images)
Lia Rizzo

Editora ESG

Publicado em 10 de outubro de 2024 às 19h23.

Em maio deste ano, quando anunciou sua saída da Gates Foundation, Melinda French Gates declarou também que destinaria cerca de US$12,5 bilhões para promoção de direitos das mulheres, ao longo de dois anos. A quantia veio como parte do acordo de divórcio de seu ex-marido, Bill Gates, em 2021, e a colocou entre as maiores apoiadoras filantrópicas das iniciativas para igualdade de gênero nos Estados Unidos e no mundo.

Nesta quarta-feira, 9, em uma nova investida parte do compromisso anunciado meses atrás, Melinda lançou o fundo "Action for Women´s Healthy" que, por meio de sua organização Pivotal Ventures , destinará US$250 milhões para apoiar a saúde física e mental de mulheres globalmente.

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A página oficial do fundo informa que não há restrições de porte de iniciativas, porém serão priorizadas aquelas para as quais o valor doado deve fazer maior diferença.O objetivo é que o financiamento chegue a grupos que, historicamente, não tiveram acesso a uma captação tão signficativa.. Organizações sem fins lucrativos de todo o mundo poderão se inscrever a partir de 3 de dezembro, para receber investimentos entre US$1 milhão e US$5 milhões, num processo que selecionará projetos até o fim de 2025.

Saúde feminina negligenciada e subfinanciada

De acordo com a Pivotal, com base em dados da Gates Foundation e da Organização Mundial da Saúde (OMS), problemas de saúde tomam muito mais tempo da vida das mulheres que dos homens - a diferença no comparativo é de 25%. No saldo da desigualdade, 800 mulheres morrem todos os dias em decorrência de complicações evitáveis relacionadas à gravidez ou parto, por exemplo.

A organização afirma ainda que a saúde feminina tem sido subfinanciada, negligenciada e mal compreendida, o que motivou a criação do fundo como parte do compromisso assumido por Melinda com a pauta de equidade.  "Esperamos ser um catalisador de mudanças, levando mais financiamento, parceria, inovação e modelos para escalar", declarou Haven Ley, CSO do Pivotal, sobre o Action for Women´s Healthy.

A expectativa é alcançar uma gama de subtemas relacionados à saúde, de cuidados básicos primários para meninas à questões de saúde mental e menopausa, por exemplo.

Nova filantropia pede passagem

Doações para organizações que atendem mulheres e meninas representam, históricamente, menos de 2% de todas as doações de caridade nos Estados Unidos. Em um artigo para o New York Times, Melinda Gates contou como se sentiu influenciada a direcionar mais recursos para projetos com perspectiva de gênero, com especial atenção em um primeiro momento a direitos reprodutivos.

Na ocasião, afirmou que a falta de financiamento leva organizações de defesa das mulheres a uma postura mais defensiva, enquanto o que ela chamou de "inimigos do progresso" jogam no ataque. O reforço do seu compromisso com equidade, portanto, visava equilibrar a partida. E não apenas com recursos financeiros, mas usando de suas conexões pessoais para apoiar e conectar grupos.

Desde que deixou a Gates Foundation, organização que ajudou a criar, e anunciou seus novos fundos e o uso de policapital, a filantropa tem engrossado o movimento de pares como MacKenzie Scott, que em 2021 chacoalhou o ecossistema de filantropia ao anunciar uma doação bilionária para organizações diversas sem exigir contrapartidas. É a nova filantropia, liderada principalmente por mulheres, pedindo passagem.

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