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Magnata saudita quer concluir prédio mais alto do mundo até 2028

Projeto começou em 2013, mas foi paralisado quatro anos depois por prisão do príncipe que lidera o empreendimento

Torre de Jeddah terá mil metros de altura, três vezes maior que a Torre Eiffel (Adrian Smith + Gordon Gill Architecture/Divulgação)

Torre de Jeddah terá mil metros de altura, três vezes maior que a Torre Eiffel (Adrian Smith + Gordon Gill Architecture/Divulgação)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 7 de outubro de 2024 às 12h17.

Um dos magnatas mais ricos da Arábia Saudita quer reviver um projeto para construir a torre mais alta do mundo, isso num momento em que os empreiteiros do reino embarcam em uma onda de projetos imobiliários chamativos.

O projeto reiniciado é o da Torre Jeddah, que com mais de 1.000 metros deve ultrapassar o Burj Khalifa de 828 metros no vizinho Dubai como o edifício mais alto do mundo. A previsão é que arranha-céu fique pronto em 2028, segundo o Financial Times.

Esse acordo de empreendimento é de maior destaque envolvendo o bilionário Príncipe Alwaleed bin Talal e sua Kingdom Holding desde que ele foi detido no Ritz-Carlton de Riad em uma ação anticorrupção em 2017. O projeto começou em 2013, mas parou após o escândalo.

O que os sauditas querem?

A Hyatt disse que faria parceria em dois hotéis de luxo em Neom, a cidade futurista na costa noroeste do país que é uma peça central do projeto Vision 2030 do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman. A Marriott International também revelou planos para abrir um resort Ritz-Carlton na ilha de Amaala, no Mar Vermelho, no ano que vem.

Enquanto o governo planeja cortar gastos no ano que vem em meio a preocupações sobre um déficit orçamentário crescente devido à queda nas receitas do petróleo, os anúncios indicam que ainda há apetite por projetos ambiciosos para atrair investidores e visitantes estrangeiros e ajudar a diversificar a economia para além do petróleo. O governo disse Nesta semana que, de 517 empresas da Fortune 500, 30% delas foram licenciadas para estabelecer suas sedes regionais em Riad.

Príncipe de Jeddah

A Torre de Jeddah — cujo formato pretende evocar "um maço de folhas brotando do chão" — foi um dos projetos mais ambiciosos do príncipe Alwaleed, que fez fortuna no mercado imobiliário e bancário antes de construir um portfólio global que incluía participações na Disney e na Apple.

Mas os negócios estagnaram depois que ele e executivos seniores do Saudi Binladin Group, um parceiro no projeto da torre, foram pegos em uma campanha anticorrupção lançada pelo príncipe herdeiro quando ele subiu ao poder em 2017, segundo reportagem do FT.

Várias centenas de príncipes, empresários e altos funcionários foram presos e mantidos no hotel Riyadh Ritz-Carlton. As acusações contra eles não foram tornadas públicas, e a maioria deles foi libertada após chegar a acordos não divulgados com o governo, que disse ter garantido US$ 100 bilhões.

O príncipe Alwaleed, que ficou detido por mais de dois meses, foi libertado após chegar ao que chamou de "acordo confidencial e secreto" com o governo. Ele fez vários outros negócios desde então, investindo no Citibank no ano passado.

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