Nicolás Maduro: "repúdio total às declarações de Donald Trump. Bandido, ladrão, como vai se meter com nossos irmãos do México que já são bastante perseguidos e explorados por vocês?" (Carlos Garcia/Reuters)
Da Redação
Publicado em 18 de junho de 2015 às 17h48.
Caracas - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, repudiou nesta quinta-feira as palavras do magnata e político americano Donald Trump contra os imigrantes mexicanos que chegam aos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que qualificou o empresário como "bandido" e "ladrão".
"Repúdio total às declarações de Donald Trump. Bandido, ladrão, como vai se meter com nossos irmãos do México que já são bastante perseguidos e explorados por vocês?", questionou Maduro durante uma entrevista ao canal estadual "VTV" em seu escritório no palácio presidencial em Caracas.
"Que indignação! Quem se mete com o México se mete com a Venezuela. Quem se mete com os mexicanos se mete com os venezuelanos", acrescentou.
Trump, que anunciou na terça-feira sua intenção de ser escolhido pelo Partido Republicano para concorrer às eleições presidenciais dos EUA de 2016, assegurou que, se chegar à Casa Branca, construirá um "grande, grande muro" na fronteira do México e fará com que este país "pague por ele".
"Quando o México nos envia sua gente não está nos enviando os melhores. Estão enviando pessoas que têm muitos problemas e os estão trazendo com eles. Trazem drogas, crimes, são estupradores", opinou o magnata.
Maduro levantou hoje sua voz "em defesa do povo do México ofendido" pelo magnata americano, a quem também qualificou de "pelucón" (aristocrata), termo que utiliza frequentemente para desqualificar seus opositores políticos.
"Aí está o 'pelucón' do Donald Trump ofendendo o povo mexicano, o povo de Emiliano Zapata, o povo de Pancho Villa, o povo digno do México", bradou.
As declarações de Trump provocaram a rejeição de vários governos latino-americanos, liderados pelo próprio México, cujo chanceler, José Antonio Meade, dusse ontem que as palavras do magnata refletem "preconceitos" sobre a situação social do país, assim como uma "profunda ignorância".