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Macron tenta liderar resposta à crise migratória

Emmanuel Macron tem hoje a chance de mostrar que, apesar da desaprovação crescente em casa, está à frente da liderança na Europa

Emmanuel Macron: a reunião com líderes da Itália, Alemanha e Espanha deve analisar o controle e a gestão dos fluxos migratórios (Stoyan Nenov/Reuters)

Emmanuel Macron: a reunião com líderes da Itália, Alemanha e Espanha deve analisar o controle e a gestão dos fluxos migratórios (Stoyan Nenov/Reuters)

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EXAME Hoje

Publicado em 28 de agosto de 2017 às 07h02.

Última atualização em 28 de agosto de 2017 às 07h40.

O presidente francês Emmanuel Macron tem hoje a chance de mostrar que, apesar da desaprovação crescente em casa, está à frente da liderança na Europa. O mandatário recebe em Paris a chanceler alemã Angela Merkel, além dos líderes de Itália e Espanha, Paolo Gentiloni e Mariano Rajoy, respectivamente, para abordar a crise migratória vinda de países africanos. Os presidentes de países da África, como Chade, Nigéria e Líbia também estarão presentes.

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Em um momento que vê a saída do Reino Unido da vida política europeia e o declínio da popularidade de Macron, é a chance de o presidente francês mostrar algum serviço. Na semana passada, uma pesquisa mostrou que 57% dos franceses estão insatisfeitos com seu governo, após notícias de que Macron estava exagerando nos gastos — o presidente gastou 24.000 euros em maquiagem nos primeiros três meses de governo. Além disso, a demora nos cortes de impostos, prometidos durante a campanha, também colocaram o governante em maus lençóis com os eleitores.

A reunião desta segunda-feira, segundo nota do governo francês, será “a ocasião perfeita para reafirmar o apoio da Europa ao Chade, Nigéria e Líbia para que estes consigam realizar o controle e a gestão dos fluxos migratórios”. Só este ano, cerca de 100.000 pessoas fizeram a periculosa viagem no mar entre a Líbia e a Europa, onde 2.300 morreram durante a travessia.

Merkel, que também despontou como uma liderança mundial no conturbado cenário político, afirmou no domingo, ao jornal Die Welt, que não se arrepende de ter aberto o país aos imigrantes e que não se pode deixar bandidos lucrarem com a crise migratória — há notícias de que a travessia na Líbia seria mediada por grupos especializados, muitas vezes colocando os imigrantes sob perigo. A chanceler, que concorre ao seu quarto mandato em setembro, lidera as pesquisas de intenção de voto na Alemanha.

Macron, por outro lado, tem tido uma relação internacional bem mais conturbada. Na última cúpula do G20, o presidente teria afirmado que os problemas da África são “civilizatórios” e ligados às altas taxas de fertilidade do continente. A declaração, claro, não pegou nada bem internacionalmente. Hoje, Macron tem a chance de remediar a situação. Para ele, é mais do que necessário.

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