Macron quer avaliar pedidos de refúgio no Níger e no Chade
Segundo a Organização Internacional para Migrações, só neste ano, 125 mil imigrantes fizeram atravessaram o Mediterrâneo para chegar à Europa
AFP
Publicado em 28 de agosto de 2017 às 19h40.
O presidente da França, Emmanuel Macron , propôs nesta segunda-feira identificar, no Níger e no Chade, as pessoas que "têm direito ao refúgio" entre os imigrantes que tentam chegar à Europa, para "colocá-las em segurança o mais rápido possível".
A avaliação das solicitações será conduzida "em zonas seguras no Níger e no Chade, sob supervisão da Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados)", e vai se aplicar para "imigrantes que tenham sido identificados pela Acnur e que moram nesses países de trânsito" da rota migratória para a Europa", completou.
Para o presidente francês, essa iniciativa vai permitir evitar que "mulheres e homens assumam riscos enormes em uma zona extremamente perigosa e depois no Mediterrâneo".
Em julho, sem consultar seus aliados europeus, Macron já tinha proposto a criação de centros de registro de imigrantes na Líbia, onde os solicitantes que fogem da guerra poderiam apresentar um pedido para viajar à UE.
Contudo, pouco depois, a Presidência francesa suavizou as declarações de Macron, indicando que para criar esses centros "devem se reunir as condições de segurança", mas que atualmente "não estão" dadas.
Até aqui em 2017, cerca de 125 mil imigrantes fizeram a perigosa travessia pelo Mediterrâneo, a partir da Líbia, para chegar à Europa, segundo a Organização Internacional para Migrações (OIM).
Mais de 2 mil morreram durante o périplo, segundo o organismo.
Participaram da reunião em Paris os presidentes de Chade e Níger, Idriss Deby Itno e Mahamadu Issufú, bem como o chefe de governo de unidade da Líbia, Fayez al Sarraj.
Esses países estão na principal rota de trânsito dos imigrantes em direção à Europa.
Do lado europeu, participaram a chanceler alemã Angela Merkel, os chefes dos governo de Espanha e Itália, Mariano Rajoy e Paolo Gentiloni, respectivamente, e a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini.