Macron é vaiado em visita para tentar acabar com crise da reforma da Previdência
Manifestantes o receberam em meio a gritos que pediam a "demissão de Macron!"
Agência de notícias
Publicado em 19 de abril de 2023 às 15h52.
O presidente da França, Emmanuel Macron, foi fortemente vaiado nesta quarta-feira (19) durante uma visita a uma cidade da Alsácia (nordeste), onde buscava defender seu plano de 100 dias para superar a crise provocada pela impopular reforma da Previdência.
Na pequena cidade de Sélestat, manifestantes o receberam em meio a gritos que pediam a "demissão de Macron!". "Você tem que ouvir a raiva, e eu não sou surdo a ela (...), mas isso não me impedirá de continuar me movendo", respondeu o presidente liberal.
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"Nunca vimos um presidente com um governo tão corrupto como o seu (...) Você vai cair muito em breve, você vai ver", disparou um homem de cabelos grisalhos.
Reforma da previdência na França
Desde janeiro, a reforma da Previdência - aprovada por decreto e promulgada no último sábado (15) - provoca os maiores protestos sociais contra uma reforma social em três décadas na França.
"Não peço às pessoas que tomem as decisões difíceis por mim, vamos continuar melhorando as coisas nas condições de trabalho", disse Macron a uma jovem.
A mulher questionou a medida do presidente. "Tenho 34 anos, estou muito preocupada.
Pedimos apenas uma coisa, um sinal de apaziguamento, algo que não estamos vendo agora", respondeu ela.
"Não vou deixar de fazer contato porque tem gente que não está feliz. Todos devem se expressar livremente", afirmou o mandatário francês cumprimentando os apoiadores que estavam no local.
Protestos por todos o país
Na manhã desta quarta-feira, a polícia precisou afastar centenas de pessoas que protestavam com panelas em Muttersholtz (nordeste), horas antes do presidente visitar uma empresa na região.
Macron respondeu dizendo que "as panelas não farão a França avançar".
Na segunda-feira (17), o presidente delimitou o prazo de 100 dias "de apaziguamento, unidade, ambição e ação" para superar a atual crise política e social e engatar sua reeleição com novas medidas sobre as políticas de migração, educação e saúde.