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Lula afirma que manda mensagens a Trump a cada 15 dias sobre tarifaço

Apesar da lista de isenções, sobretaxa ainda impacta significativamente as exportações do Brasil, especialmente de produtos manufaturados e máquinas

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 18 de dezembro de 2025 às 13h29.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta quinta-feira, 18 de dezembro, que tem enviado mensagens quinzenais ao presidente americano Donald Trump. Segundo o chefe do Executivo, as conversas sobre as negociações para resolver o tarifaço de 50% imposto pelo governo dos Estados Unidos às exportações brasileiras.

Embora Trump tenha ampliado a lista de isenções às tarifas nas últimas semanas, a sobretaxa ainda impacta significativamente as exportações do Brasil, especialmente de produtos manufaturados e máquinas.

"Do ponto de vista comercial estamos discutindo e acho que vamos chegar a um acordo. A cada 15 dias estou tomando a atitude de mandar uma mensagem pessoal para o Trump: 'está faltando tal coisa, está devagar tal coisa'. Porque quem engorda o porco é o olho do dono. Se eu fingir que eu esqueço, eu que tenho interesse, ele acha que está tudo resolvido. E eu não, tenho que cobrar", declarou o presidente em coletiva de imprensa.

Lula se mostrou otimista em relação às negociações e reafirmou que não deseja conflitos com o governo de Trump. No entanto, o republicano também destacou que, caso não haja progresso nas negociações do tarifaço, o Brasil poderá adotar medidas de retaliação.

"Se chegar um momento em que a gente entenda que não vai ter solução, temos que colocar em prática a reciprocidade. Eu não tenho interesse, meu interesse é continuar com a boa relação com os Estados Unidos da forma mais civilizada, como sempre foi", enfatizou o presidente.

Carnes e café: veja os produtos que foram isentos das tarifas de Trump

Retirada de tarifas

Os Estados Unidos anunciaram em novembro que irão retirar as tarifas de 40% impostas pelo presidente Donald Trump para alguns produtos brasileiros. Entre eles estão alguns cortes de carnes, castanhas e o café — item que o agro brasileiro há muito aguardava ser retirado da lista.

Segundo comunicado publicado no site oficial da Casa Branca, as negociações entre Trump e Lula ainda estão caminhando.

"Após analisar as informações e recomendações que me foram fornecidas por esses funcionários e o andamento das negociações com o Governo do Brasil, entre outros fatores, determinei ser necessário e apropriado modificar o escopo dos produtos sujeitos à alíquota adicional de imposto ad valorem", afirmou Trump na ordem executiva.

As alterações entraram em vigor em relação às mercadorias importadas para consumo, ou retiradas do armazém para consumo a partir do dia 13 de novembro, segundo o comunicado do governo dos EUA.

A decisão de Trump acontece em um momento de pressão para o governo americano, que tem sido cobrado pela redução dos custos de itens de supermercado.

Na ordem executiva, a Casa Branca afirma que "a decisão poderá ajudar a reduzir os preços do café, do suco de laranja e da carne bovina em particular, oferecendo um alívio para os americanos que têm sofrido com o peso das altas contas de supermercado e com a avaliação cada vez mais negativa de Trump em relação à sua gestão da economia".

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