Jerusalém vive novo dia de tensões com confrontos e mortes
Um policial israelense foi morto e uma dezena de pessoas ficou ferida quando uma van atropelou deliberadamente os pedestres que atravessavam uma rua
Da Redação
Publicado em 5 de novembro de 2014 às 14h48.
Jerusalém - Jerusalém viveu nesta quarta-feira um dos piores episódios de violência recente com um novo atropelamento que matou uma pessoa e confrontos na Esplanada das Mesquitas.
Um policial israelense foi morto e uma dezena de pessoas ficou ferida quando uma van atropelou deliberadamente os pedestres que atravessavam uma rua entre Jerusalém Ocidental e Jerusalém Oriental, a parte palestina da Cidade Santa ocupada e anexada por Israel.
O autor do ataque foi apresentado pela polícia israelense como um palestino de 38 anos de idade, oriundo do campo de refugiados de Shuafat, um dos bairros de Jerusalém Oriental que tem sido palco nas últimas semanas de tensões que aumentaram os temores de uma terceira Intifada.
Após jogar o carro contra os transeuntes, o homem desceu do veículo e atacou as pessoas com uma barra de ferro. Neste momento, foi abatido por policiais presentes na área.
O incidente, segundo indicaram agentes da polícia, ocorreu na mesma área em que aconteceu um ataque parecido em 22 de outubro, no qual morreram duas pessoas, um bebê israelense e uma cidadã equatoriana. O autor da agressão também foi morto.
Sem reivindicar explicitamente o atentado, a organização islâmica Hamas comemorou o ataque, assegurando que seu autor, identificado como Ibrahim al-Akari, era um de seus membros.
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu considerou o gesto como sendo "uma consequência direta das falas de Abu Mazen (o presidente palestino Mahmud Abbas) e das ações de seus parceiros do Hamas".
Por sua vez, o secretário de Estado americano, John Kerry, condenou a "ação terrorista", considerando que "envenena a situação e atiça as tensões".
Policiais israelenses em Al-Aqsa
Mais cedo, jovens palestinos e policiais israelenses entraram em confronto na Esplanada das Mesquitas.
Neste contexto, os palestinos pediram ao Conselho de Segurança da ONU que se reúna para discutir a questão da Esplanada das Mesquitas, terceiro local mais sagrado para o Islã.
"A direção palestina está fazendo os contatos necessários neste sentido", declarou Nabil Abu Rudeina, porta-voz da presidência, acusando o "governo israelense de persistir em seu plano de continua as violações ao santuário de Al-Aqsa, e de defender o colonos que atacam a mesquita, violando todas as regras internacionais".
Fato excepcional: a polícia entrou na venerada mesquita de Al-Aqsa. Em um clima de tensão em Jerusalém Oriental, esta incursão foi vista como uma séria provocação.
Segundo a polícia israelense, palestinos teriam se escondido no meio da noite na esplanada, provavelmente à espera de visitantes judeus. Quando as portas se abriram, dezenas de manifestantes mascarados atiraram pedras e rojões contra a polícia que respondeu com bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo.
Os policiais entraram na esplanada e empurraram os palestinos para dentro da mesquita, de acordo com testemunhas.
Em seguida, eles entraram em Al-Aqsa. Eles nunca tinham ido tão longe no edifício, informou à AFP Adnan al-Husseini, governador de Jerusalém Oriental.
No edifício, tapetes calcinados testemunham o início de incêndios provocados pelas granadas atiradas pela polícia. Fiéis se ocupavam limpando o chão, completamente coberto de detritos.
Os incidentes se espalharam nas imediações da esplanada na Cidade Antiga, transformada em um campo entrincheirado guardado por centenas de policiais. Dezenas de muçulmanos se reuniram nos diferentes acessos à esplanada, à espera de conseguir entrar no local.
Em várias ocasiões, a polícia usou gás lacrimogêneo, bombas de efeito moral e balas de borracha para conter a multidão, enquanto jovens revidavam atirando garrafas de água.
Calma regressou no final da manhã.
Amã chama seu embaixador
Denunciando "repetidas violações israelenses", a Jordânia, ligada a Israel por um tratado de paz e que administra a Esplanada das Mesquitas, chamou seu embaixador em Tel Aviv.
Estes novos episódios de violência se seguem a uma convocação lançada na terça-feira por extremistas judeus para protestar em massa na esplanada em apoio a Yehuda Glick, um militante da direita ultranacionalista judaica que defende o direito dos judeus de orar na esplanada.
Glick foi baleado e gravemente ferido no final de outubro e seu suposto agressor, um palestino, foi morto a tiros no dia seguinte pela polícia israelense.
O estatuto da Esplanada das Mesquitas é motivo de tensão permanente. Os muçulmanos temem que o governo israelense autorize os judeus a rezar no local, o que não é permitido até o momento. Eles suspeitam que essa permissão seja o primeiro passo para destruir as mesquitas, com o objetivo de construir o terceiro templo judaico.
O governo israelense tem repetido nos últimos dias que não tem intenção de mudar o status quo na Esplanada.
Jerusalém - Jerusalém viveu nesta quarta-feira um dos piores episódios de violência recente com um novo atropelamento que matou uma pessoa e confrontos na Esplanada das Mesquitas.
Um policial israelense foi morto e uma dezena de pessoas ficou ferida quando uma van atropelou deliberadamente os pedestres que atravessavam uma rua entre Jerusalém Ocidental e Jerusalém Oriental, a parte palestina da Cidade Santa ocupada e anexada por Israel.
O autor do ataque foi apresentado pela polícia israelense como um palestino de 38 anos de idade, oriundo do campo de refugiados de Shuafat, um dos bairros de Jerusalém Oriental que tem sido palco nas últimas semanas de tensões que aumentaram os temores de uma terceira Intifada.
Após jogar o carro contra os transeuntes, o homem desceu do veículo e atacou as pessoas com uma barra de ferro. Neste momento, foi abatido por policiais presentes na área.
O incidente, segundo indicaram agentes da polícia, ocorreu na mesma área em que aconteceu um ataque parecido em 22 de outubro, no qual morreram duas pessoas, um bebê israelense e uma cidadã equatoriana. O autor da agressão também foi morto.
Sem reivindicar explicitamente o atentado, a organização islâmica Hamas comemorou o ataque, assegurando que seu autor, identificado como Ibrahim al-Akari, era um de seus membros.
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu considerou o gesto como sendo "uma consequência direta das falas de Abu Mazen (o presidente palestino Mahmud Abbas) e das ações de seus parceiros do Hamas".
Por sua vez, o secretário de Estado americano, John Kerry, condenou a "ação terrorista", considerando que "envenena a situação e atiça as tensões".
Policiais israelenses em Al-Aqsa
Mais cedo, jovens palestinos e policiais israelenses entraram em confronto na Esplanada das Mesquitas.
Neste contexto, os palestinos pediram ao Conselho de Segurança da ONU que se reúna para discutir a questão da Esplanada das Mesquitas, terceiro local mais sagrado para o Islã.
"A direção palestina está fazendo os contatos necessários neste sentido", declarou Nabil Abu Rudeina, porta-voz da presidência, acusando o "governo israelense de persistir em seu plano de continua as violações ao santuário de Al-Aqsa, e de defender o colonos que atacam a mesquita, violando todas as regras internacionais".
Fato excepcional: a polícia entrou na venerada mesquita de Al-Aqsa. Em um clima de tensão em Jerusalém Oriental, esta incursão foi vista como uma séria provocação.
Segundo a polícia israelense, palestinos teriam se escondido no meio da noite na esplanada, provavelmente à espera de visitantes judeus. Quando as portas se abriram, dezenas de manifestantes mascarados atiraram pedras e rojões contra a polícia que respondeu com bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo.
Os policiais entraram na esplanada e empurraram os palestinos para dentro da mesquita, de acordo com testemunhas.
Em seguida, eles entraram em Al-Aqsa. Eles nunca tinham ido tão longe no edifício, informou à AFP Adnan al-Husseini, governador de Jerusalém Oriental.
No edifício, tapetes calcinados testemunham o início de incêndios provocados pelas granadas atiradas pela polícia. Fiéis se ocupavam limpando o chão, completamente coberto de detritos.
Os incidentes se espalharam nas imediações da esplanada na Cidade Antiga, transformada em um campo entrincheirado guardado por centenas de policiais. Dezenas de muçulmanos se reuniram nos diferentes acessos à esplanada, à espera de conseguir entrar no local.
Em várias ocasiões, a polícia usou gás lacrimogêneo, bombas de efeito moral e balas de borracha para conter a multidão, enquanto jovens revidavam atirando garrafas de água.
Calma regressou no final da manhã.
Amã chama seu embaixador
Denunciando "repetidas violações israelenses", a Jordânia, ligada a Israel por um tratado de paz e que administra a Esplanada das Mesquitas, chamou seu embaixador em Tel Aviv.
Estes novos episódios de violência se seguem a uma convocação lançada na terça-feira por extremistas judeus para protestar em massa na esplanada em apoio a Yehuda Glick, um militante da direita ultranacionalista judaica que defende o direito dos judeus de orar na esplanada.
Glick foi baleado e gravemente ferido no final de outubro e seu suposto agressor, um palestino, foi morto a tiros no dia seguinte pela polícia israelense.
O estatuto da Esplanada das Mesquitas é motivo de tensão permanente. Os muçulmanos temem que o governo israelense autorize os judeus a rezar no local, o que não é permitido até o momento. Eles suspeitam que essa permissão seja o primeiro passo para destruir as mesquitas, com o objetivo de construir o terceiro templo judaico.
O governo israelense tem repetido nos últimos dias que não tem intenção de mudar o status quo na Esplanada.