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Insetos que comem raízes ameaçam sequestro de carbono

Insetos que se alimentam das raízes das árvores afetam à capacidade das florestas de atuarem como filtros naturais de carbono, afirmam estudos

Besouro rinoceronte: árvores cresceram com maior rapidez em ambientes com maior concentração de CO2, mas na ausência dos besouros (Wikimedia Commons)

Besouro rinoceronte: árvores cresceram com maior rapidez em ambientes com maior concentração de CO2, mas na ausência dos besouros (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 29 de novembro de 2013 às 12h26.

Sidney - Os insetos que se alimentam das raízes das árvores afetam à capacidade das florestas de atuarem como filtros naturais de carbono para resistir aos efeitos das mudanças climáticas, informou nesta sexta-feira a imprensa local.

Alguns estudos preveem que a elevação dos níveis atmosféricos de CO2 provocará uma espécie de "efeito de fertilização" através do aumento no ritmo da fotossíntese e da biomassa vegetal do planeta.

Mas Scott Johnson, especialista em ecologia da Universidade de Western Sydney, e seu colega Markus Riegler, consideram que tais projeções se esqueceram do impacto que poderia ser causado pelos insetos que se alimentam de raízes de árvores.

Para os cientistas, esses insetos têm capacidade para limitar o crescimento da biomassa provocado pelo aumento de CO2, o alimento das plantas no processo de fotossíntese que, em interação com a água, libera oxigênio na atmosfera.

Para efeitos do estudo, Johnson e Riegler submeteram um grupo de árvores jovens de eucalipto (Eucalyptus globulus) a diversos níveis de concentração de CO2 e à presença dos insetos que se alimentam de raízes em uma estufa, conforme foi divulgado pela emissora local "ABC".

Os níveis de CO2 fixados foram de 400 partes por milhão, que é o atual, e de 600 partes por milhão, concentração prevista para o planeta daqui a três ou quatro décadas.


Além disso, os especialistas utilizaram um tipo de besouro rinoceronte (Xylotrupes Gideon australicus), cujas larvas vivem na terra e se alimentam de raízes.

Nos experimentos, as árvores cresceram com maior rapidez em ambientes com maior concentração de CO2, como se esperava, mas isso ocorre somente na ausência dos besouros.

No caso em que não havia insetos, a biomassa de brotos e raízes cresceu 46% e 35%, respectivamente, segundo a "ABC".

Mas quando os cientistas acrescentaram os besouros nesse mesmo ambiente de alta concentração de dióxido de carbono, "as plantas basicamente pararam de crescer" por sua incapacidade de "tirar proveito dos altos níveis de CO2", explicou Johnson.

Os pesquisadores também descobriram que quando os besouros rinoceronte estavam sobre as folhas, as árvores tinham 9% menos água que os outros eucaliptos livres desses insetos.

"Se as plantas não vão crescer como era esperado ou não vão se desenvolver bem, então será reduzido o sequestro de carbono", comentou o cientista australiano.

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