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Governo da Venezuela e oposição discutem retomada de negociações

Conversas estão paralisadas desde o fim de 2022, após delegados de Maduro exigirem liberação de fundos congelados no exterior

Nicolás Maduro: presidente da Venezuela não é reconhecido pelos EUA (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Nicolás Maduro: presidente da Venezuela não é reconhecido pelos EUA (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Publicado em 11 de outubro de 2023 às 09h45.

Delegados do governo de Nicolás Maduro e da oposição retomaram "contatos" na Venezuela, em uma tentativa de reiniciar formalmente suas negociações, informou nesta terça-feira (10) à agência AFP uma fonte ligada às conversas.

Segundo a fonte, as partes vêm se aproximando para retomar as negociações em torno da crise política e econômica, iniciadas no México em agosto de 2021 e congeladas desde novembro de 2022.

Esse ciclo foi interrompido em outubro de 2021 - após a extradição para os Estados Unidos do empresário Alex Saab, acusado de lavagem de dinheiro e apontado como sendo testa de ferro de Maduro - e retomado brevemente 15 meses depois.

As partes voltaram a abandonar as negociações no fim de 2022, depois que o governo Maduro condicionou as negociações ao desembolso de US$ 3 bilhões (R$ 15,2 bilhões) em fundos venezuelanos congelados no exterior que seriam administrados pelas Nações Unidas. Os delegados de Maduro também exigiram o fim das sanções financeiras impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia.

Um porta-voz dos Estados Unidos ratificou hoje a vontade de "considerar modificações nas sanções em resposta a reformas democráticas concretas e à criação de condições para eleições livres e justas em 2024".
O presidente colombiano, Gustavo Petro, saudou mais cedo "a retomada das negociações entre o governo venezuelano e a oposição". "O desbloqueio da Venezuela é fundamental para a prosperidade do seu povo e a redução do êxodo para os Estados Unidos", publicou na rede social X, antigo Twitter.

A reativação dos diálogos coincide com conversas entre os governos de Joe Biden e de Nicolás Maduro, que Washington não reconhece formalmente como presidente.

O ponto principal da agenda opositora tem a ver com as condições eleitorais e o levantamento das inabilitações de possíveis candidatos, como María Corina Machado, favorita nas primárias de 22 de outubro, que irão definir o rival de Maduro nas próximas eleições, previstas para 2024.

Com AFP.

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