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G20 se reúne e busca saídas diante de risco de recessão, crise climática e guerra

O desafio será pavimentar, sob bases socioambientalmente sustentáveis, a recuperação de um mundo que ainda sofre para se recuperar dos estragos da pandemia

Num esforço para estreitar as relações, os presidentes dos EUA, Joe Biden, e da China, Xi Jinping, terão na segunda-feira (AFP/AFP)

Num esforço para estreitar as relações, os presidentes dos EUA, Joe Biden, e da China, Xi Jinping, terão na segunda-feira (AFP/AFP)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de novembro de 2022 às 09h59.

Última atualização em 13 de novembro de 2022 às 10h02.

Diante do quadro de guerra na Ucrânia, inflação em níveis históricos nos países ricos, crise energética na Europa e, por fim, risco de recessão global, os chefes de Estado do G20, como é chamado o grupo das 20 maiores economias do mundo, voltam a se encontrar nesta semana em Bali, na Indonésia. O desafio será pavimentar, sob bases socioambientalmente sustentáveis, a recuperação de um mundo que ainda sofre para se recuperar dos estragos da pandemia.

Só que, com as divergências entre as maiores potências do grupo em torno do conflito no Leste Europeu, nada garante que, desta vez, haverá consenso na redação de um documento final. Os últimos encontros terminaram sem comunicado formal do grupo.

LEIA TAMBÉM: G20: Biden trabalha para expandir laços com o sudeste asiático à sombra da China

O presidente russo, Vladimir Putin, enviará seu ministro de relações exteriores, Sergei Lavrov. Contando com o apoio da China e a neutralidade de emergentes como Índia, África do Sul e o próprio Brasil, caberá ao chanceler a missão de frear a confecção de um documento que represente uma condenação categórica do grupo à invasão de tropas russas na Ucrânia.

Agenda

Especialistas em relações internacionais veem espaço para avanços na agenda ambiental, com os compromissos assumidos na conferência do clima da ONU ecoando nas reuniões do G20. Também há chance de maior acordo entre os países em torno da recuperação econômica, do combate à inflação, da reestruturação de cadeias produtivas e dos acordos comerciais.

"Por outro lado, é improvável que o tema mais relevante, ou seja a guerra na Ucrânia, seja tratado a partir de algum tipo de consenso", diz Vinícius Müller, professor de Economia da Eseg, faculdade do Grupo Etapa. "Mesmo que haja uma convergência entre França, Estados Unidos, Reino Unido, Austrália e Japão, o mesmo não deve ocorrer com a Índia e a China, que tendem a adotar posições mais cautelosas em relação a qualquer tipo de condenação à Rússia."

Economista e doutor em relações internacionais pela Universidade de Lisboa, Igor Lucena diz que a perspectiva de a guerra avançar nos próximos dias torna mais difícil um alinhamento entre os membros do G20.

A segurança alimentar, dado o risco de uma crise de alimentos já no ano que vem, a vulnerabilidade energética da Europa, que busca fontes de energia substitutas ao gás russo, e a digitalização das economias estão entre os assuntos que mais devem pautar as reuniões entre chefes de Estado na terça e na quarta-feira, os dias da cúpula. Há expectativa de o fortalecimento de acordos globais de comércio ser defendido por China e União Europeia.

Preocupações com a instabilidade na geopolítica também podem estimular debates envolvendo a entrada de Suécia e Finlândia na Otan, a organização militar do Ocidente, bem como as tensões entre China e Taiwan.

Num esforço para estreitar as relações, os presidentes dos EUA, Joe Biden, e da China, Xi Jinping, terão na segunda-feira, véspera da cúpula do G20, uma reunião bilateral. Será o primeiro encontro presencial entre os dois líderes desde que Biden assumiu o posto.

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