As imagens mostram uma modelo com roupas de marca, celular com capa da Chanel e lenço no cabelo em frente a uma cerca de arame farpado (Divulgação/Norbert Baksa)
Da Redação
Publicado em 7 de outubro de 2015 às 18h03.
São Paulo - Um ensaio de moda do fotógrafo húngaro Norbert Baksa, "inspirado" na crise migratória dos refugiados gerou polêmica e está sendo acusado nas redes sociais de ser ofensivo e de glamourizar o problema.
O ensaio, batizado de “Der Migrant” (O migrante, em alemão), foi chamado até de “oportunista” e “doentio”.
As imagens mostram uma modelo com roupas de marca [que não foram especificadas], celular com capa da Chanel e lenço no cabelo em frente a uma cerca de arame farpado. Em algumas fotos, ela aparece “sendo presa” por um policial.
Em agosto deste ano, a Hungria ergueu uma barreira de arame farpado para impedir a entrada em seu território de milhares de migrantes que se concentram em sua fronteira com a Sérvia.
Até o início de setembro, o número total de refugiados do Oriente Médio que cruzaram a fronteira entre Hungria e Áustria já supera os 13.000, frente às estimativas iniciais que antecipavam cerca de 10.000 pessoas.
O ensaio foi publicado no site oficial do fotógrafo e em suas redes sociais. E recebeu muitas críticas:
My god, this migrant fashion shoot is just 100% trash http://t.co/HTP08QHkY1 pic.twitter.com/mcrf0flbEs
— Particitrousers G (@pgreysk) 6 outubro 2015
("Meu Deus, este ensaio de moda sobre imigrantes é 100% lixo").
Remember Zoolander? This is not a parody, just sick: "Der Migrant" fashion photography! OMG http://t.co/jKKBrudqKO pic.twitter.com/EaL3f4Gj15
— Szabolcs Panyi (@panyiszabolcs) 6 outubro 2015
("Lembra-se do Zoolander? Esta não é uma paródia, é algo doente")
Can #photography get any lower than this?! VERY problematic '#Refugee chic' by @NorbertBaksa http://t.co/vvPKQ8piHb pic.twitter.com/GA7fMO4XzE
— Dr Thom Davies (@ThomDavies) 6 outubro 2015
("A fotografia pode ser mais baixa do que isso? MUITO problemático").
Após a polêmica, o fotógrafo divulgou um comunicado em seu site oficial dizendo que os críticos não entenderam a mensagem e estão "tirando conclusões baseadas em informações parciais e tendenciosas".
“Nós nunca pretendemos ofender ninguém, apenas chamar a atenção para a complexidade desse problema. Durante a sessão, demos o nosso melhor para respeitar a fé e a convicção das pessoas e não cruzar certas barreiras”, escreveu, acrescentando que as fotos mostram “uma mulher sofrendo, que é também bonita apesar da sua situação, usa roupas de alta qualidade e smartphone”, diz o texto do comunicado.