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EXCLUSIVO: Trump e Kamala estão empatados na Pensilvânia com 48%, mostra pesquisa EXAME/Ideia

Estado é um dos sete lugares decisivos para a eleição presidencial de 2024

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 3 de novembro de 2024 às 06h00.

Última atualização em 4 de novembro de 2024 às 12h03.

Os candidatos Kamala Harris e Donald Trump estão empatados na Pensilvânia, um dos estados-chave para a eleição presidencial de 2024 nos Estados Unidos, aponta pesquisa EXAME/Ideia, a quatro dias do fim da disputa.

Cada um deles soma 48% dos votos, aponta o levantamento feito entre os eleitores do estado. Além disso, 3% dizem não saber em quem votarão e 1% citaram outro candidato.

O Ideia ouviu 2.400 eleitores na Pensilvânia entre os dias 29 de outubro e 1º de novembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais. Ao longo desta semana, foram divulgadas outras seis pesquisas em estados-chave. Veja a lista completa delas ao final da reportagem.

A Pensilvânia tem 19 dos 538 delegados que votam no Colégio Eleitoral, onde o nome do novo presidente é definido. A eleição americana é indireta, e apenas o voto popular não decide o vencedor.

A pesquisa EXAME/Ideia na Pensilvânia mostra que nenhum dos dois candidatos conseguiu abrir uma vantagem significativa na maior parte dos recortes por segmentos. Entre os gêneros, por exemplo, Trump tem 50% dos apoio dos homens e Kamala tem 50% de preferência entre as mulheres. Ele tem 54% das intenções de voto entre os maiores de 65 anos, e ela soma 55% entre os mais jovens.

O Ideia perguntou também aos eleitores da Pensilvânia quem eles acham que deve vencer a eleição para presidente no estado e no país. Na primeira questão, houve empate. Na segunda, Trump tem leve vantagem: 49% a 48%.

Entre os eleitores independentes do estado, 49% dizem acreditar que Trump voltará à Casa Branca, e 47% que Kamala será a nova presidente do país.

Disputa pelo Senado

A pesquisa avaliou ainda as chances de vitória dos candidatos ao Senado. O democrata Bob Casey, que busca a reeleição, tem 48% das intenções de voto, ante 47% de Dave McCormick.

No recorte por etnia, o candidato democrata tem mais apoio entre os negros (61%). Já o nome republicano vai melhor entre os brancos (53%).

Veja mais dados da pesquisa aqui (em PDF).

O Senado dos EUA tem atualmente maioria democrata, com 51 senadores (incluindo três independentes) e 49 republicanos. Assim, apenas uma ou duas disputas poderão mudar o controle da Casa.

Por que a Pensilvânia é decisiva?

No sistema eleitoral americano, a votação é indireta. Assim, o voto popular não escolhe o novo presidente, mas sim o Colégio Eleitoral. O candidato que vence em um estado conquista todos os votos dos delegados daquele estado no Colégio Eleitoral (a regra vale em 48 dos 50 estados). Assim, a disputa presidencial é feita estado a estado. A Pensilvânia tem 19 dos 538 votos do Colégio Eleitoral.

Na maioria dos 50 estados, as pesquisas já indicam um vencedor claro. No entanto, em sete deles, chamados de estados decisivos (Swing States, em inglês), a disputa está em aberto, e será preciso vencer ali para conquistar a Presidência. A Pensilvânia é um deles.

Nas últimas quatro dsputas, todos os nomes que viriam a ser presidentes venceram ali: Barack Obama em 2008 e 2012, Trump em 2016 e Joe Biden em 2020.

Durante décadas, a Pensilvânia registrou crescimento econômico puxado por grandes indústrias. No entanto, a partir dos anos 1970, as fábricas começaram a ir embora, atraídas por salários e impostos mais baixos em outros estados e países. Com isso, empregos bem remunerados também foram diminuindo, deixando muitos americanos sem opção.

Como mostrou a EXAME, Erie, na Pensilvânia, que é um condado decisivo para a eleição, é um bom exemplo dessa situação. Nos anos 1950, metade dos empregos da cidade era no setor industrial. Hoje, esse índice caiu para 15%. Uma das maiores perdas para a região foi a de uma fábrica de locomotivas de trem da General Electric, que se mudou para o Texas em 2019, depois de reduzir a produção, e os empregos, aos poucos.

A mudança de processos industriais, que demandam cada vez menos ação humana, também reduziu a oferta de salários bem pagos, o que gera uma situação curiosa no mercado de trabalho: embora o desemprego esteja baixo e haja muita oferta para vagas mais básicas, como atendente de lanchonete, há um desânimo econômico. 

Em 2016, Trump adotou um discurso muito voltado para esse público. “Fazer a América Grande de Novo”, afinal, incluía trazer de volta as indústrias. O presidente acabou eleito em 2016 no estado, quebrando uma sequência de derrotas que os republicanos amargavam desde 1992 na Pensilvânia. 

Depois de tomar posse, Trump iniciou uma guerra comercial contra a China para favorecer produtos americanos, mas estudos mostraram que a tática não serviu para recuperar empregos. Mudar fábricas de país, afinal, é um processo custoso e demorado, que empresários levam anos para aprovar. Assim, em 2020, o estado escolheu o atual presidente dos EUA, o democrata Joe Biden.

Na campanha de 2024, tanto Kamala quanto Trump fizeram diversos comícios no estado, prometendo trazer de volta empregos bem pagos e baixar o custo de vida.

Em um deles, em Butler, no dia 13 de junho, o republicano foi alvo de um atentado e tomou um tiro de raspão na orelha. Um homem que estava na plateia morreu, baleado.

Trump voltou a Butler no dia 5 de outubro para um novo comício, ao lado do empresário Elon Musk, desta vez protegido por um vidro à prova de balas.

Pesquisas exclusivas da EXAME

A EXAME e o Instituto Ideia divulgam nesta semana uma série de pesquisas exclusivas sobre as eleições nos Estados Unidos, nos sete estados-chave que vão decidir a disputa. Veja os detalhes das pesquisas já publicadas:

Nevada
Arizona

Geórgia
Carolina do Norte
Michigan
Wisconsin

A EXAME faz uma cobertura extensa das eleições americanas desde janeiro, quando foi lançado o programa O Caminho para a Casa Branca, disponível no YouTube e no Spotify. A equipe da EXAME também esteve presente nas convenções dos partidos, em julho e agosto, e fez reportagens em estados-chave para a disputa, como Wisconsin, Michigan e Pensilvânia.

Como funciona a eleição nos EUA?

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