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Europa e Irã têm reunião para tentar pacificar Oriente Médio

A reunião será palco para a discussão sobre como as empresas europeias podem ter confiança de que podem continuar a fazer negócios no Irã

ACORDO NUCLEAR: iranianos protestam contra presidente americano Donald Trump, que decidiu sair do acordo nuclear, na semana passada / REUTERS/Tasnim News Agency

ACORDO NUCLEAR: iranianos protestam contra presidente americano Donald Trump, que decidiu sair do acordo nuclear, na semana passada / REUTERS/Tasnim News Agency

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EXAME Hoje

Publicado em 15 de maio de 2018 às 06h20.

Última atualização em 15 de maio de 2018 às 08h24.

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Zarif, se encontra nesta terça-feira com líderes da Alemanha, da França e do Reino Unido para discutir e retomar o acordo nuclear, após a saída dos Estados Unidos.

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As lideranças europeias pretendem se manter no acordo – firmado em 2015, e que tinha como objetivo reduzir as atividades nucleares iranianas em troca de suspensão de sanções políticas e econômicas –, e aumentar os acordos comerciais com o país. Segundo o chanceler britânico, Boris Johnson, a reunião de hoje será palco para a discussão sobre como as empresas europeias podem ter confiança de que podem continuar a fazer negócios no Irã.

Na sexta-feira passada, o clérigo sênior aiatolá Ahmad Khatami disse a fiéis que não se pode confiar em nações europeias. O presidente Hassan Rouhani confirmou a permanência do país no acordo, desde que seus benefícios permaneçam em vigor. As lideranças querem garantir que o Irã mantenha o compromisso com o processo de desnuclearização, e que não intensifique as tensões no Oriente Médio.

O encontro desta terça-feira ganhou especial relevância, já que, com a inauguração da embaixada dos Estados Unidos na cidade de Jerusalém, na segunda-feira, diversos líderes muçulmanos se pronunciaram contra os Estados Unidos e contra Israel, fazendo com que a comunidade internacional temesse uma escalada no conflito bélico na região.

Irã e Israel são inimigos históricos e apoiam lados diferentes na guerra civil da Síria, o que os levou a trocar ataques com mísseis no país sírio na semana passada. Tropas militares do Irã dispararam cerca de 20 mísseis contra alvos militares de Israel localizados nas Colinas de Golã, e militares de Israel bombardearam dezenas de alvos do Irã na Síria, entre a madrugada de quarta e quinta-feira passadas.

A decisão americana de abandonar o acordo nuclear terá consequências de curto e médio prazo na política e na economia iraniana e no ambiente político do Oriente Médio. O que os negociadores europeus não esperavam era ter que também apagar um incêndio de curto prazo. Ontem, 59 palestinos morreram em confrontos com tropas israelenses. Como costuma acontecer na região, os temas estão interligados. E Donald Trump puxou cortou de uma vez dois fios desencapados – o do acordo nuclear e o da mudança da embaixada para Jerusalém.

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