Sede da NSA: juiz do tribunal Fisa, que autoriza ações de espionagem da NSA, criticou governo não ter dado explicações claras das razões de violações de mecanismos legais (Divulgação / NSA)
Da Redação
Publicado em 19 de novembro de 2013 às 17h19.
Washington - O Escritório do Diretor Nacional de Inteligência dos Estados Unidos desclassificou nesta terça-feira documentos sobre o programa de espionagem da Agência de Segurança Nacional (NSA), que revelam queixas sobre como a agência se excedeu em seu limite legal de buscar informação.
Entre os documentos divulgados está a opinião de um juiz que autorizou de maneira secreta a compilação de dados telefônicos, mas que critica a NSA, que para ele "teve um pobre histórico no cumprimento das normas".
"A NSA em geral não levou em conta normas especiais para evitar disseminar informação de americanos fora de seu controle", indica o documento, de 117 páginas.
Além disso, o juiz do tribunal Fisa, que autoriza ações de espionagem da NSA, criticou o governo não ter dado explicações claras das razões dessas violações dos mecanismos legais e lamentou que possa se dever a "uma estendida ignorância das regras".
Os documentos, que incluem relatórios do procurador-geral ao Congresso, memorandos, apresentações de treinamentos de analistas, foram tornados públicos pela ação interposta pela Electronic Frontier Foundation e pela União de Liberdades Civis dos Estados Unidos (ACLU).
Este terceiro grupo de documentos, a maioria altamente técnicos, foi divulgada após revelações similares em agosto e setembro. No total, o Escritório do Diretor Nacional de Inteligência elevou a dois mil o número de arquivos desclassificados.
Em comunicado, o diretor nacional de Inteligência, James Clapper, disse que as publicações seguem a ordem do presidente Barack Obama de desclassificar toda a informação possível sobre os programas de registros telefônicos e de comunicações de internet da NSA "levando em conta a necessidade de proteger atividades de inteligência sensíveis e a segurança nacional".
Estes dois programas, amparados pelo Patriotic Act, de 2001, e ampliados durante o mandato de Obama, foram vazados pelo ex-analista da NSA Edward Snowden, o que gerou um escândalo político nacional e internacional pela magnitude de seu alcance e volume.