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Etiópia proíbe a adoção internacional

Adoções internacionais na Etiópia estavam suspensas desde abril de 2017 por causa das informações de casos de abusos de pais adotivos a crianças etíopes

Etiópia: país africano é o preferido das famílias americanas para adotar, com casos conhecidos como o da atriz Angelina Jolie (Getty Images/Getty Images)

Etiópia: país africano é o preferido das famílias americanas para adotar, com casos conhecidos como o da atriz Angelina Jolie (Getty Images/Getty Images)

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EFE

Publicado em 11 de janeiro de 2018 às 09h51.

Adis Abeba - O Parlamento da Etiópia aprovou uma lei que proíbe a adoção internacional e o Governo terá que decidir que vai acontecer com as adoções que já estão em andamento, confirmou nesta quinta-feira à Agência Efe uma fonte oficial.

"Agora que aprovamos a lei que proíbe os estrangeiros de adotar crianças etíopes, resta formular o regulamento e as determinações sobre o que vai acontecer com os casos em processo", explicou à Efe o diretor de Relações Públicas do Ministério da Mulher e da Infância, Alemayehu Mammo, que revelou que atualmente não há determinações claras.

Apesar de não existirem dados oficiais sobre o número de adoções internacionais no país, os casos anuais passaram de milhares para 400 em 2017, segundo Mammo.

As adoções internacionais na Etiópia estavam suspensas desde abril de 2017 por causa das informações de casos de abusos de pais adotivos a crianças etíopes, e o Parlamento aprovou na terça-feira passada a lei que as proibia definitivamente.

Num desses casos de abusos, um casal adotivo americano recebeu uma condenação de 37 e 28 anos de prisão (a mulher e o marido, respectivamente) em 2013 por deixar que sua filha adotada na Etiópia em 2008 morresse de fome e frio.

O país africano é o preferido das famílias americanas para adotar, com casos conhecidos como o da atriz Angelina Jolie.

Mammo explicou que "as principais razões pelas quais esta lei foi aprovada é para prevenir os abusos e as crises de identidade que as crianças adotadas sofrem".

O país não tinha mecanismos para identificar antecedentes e personalidade das famílias estrangeiras adotivas, a fim de poder controlar as crianças nos países de destino, alegou Mammo.

O Ministério da Mulher e da Infância trabalha há alguns anos para estabelecer mecanismos para favorecer as adoções dentro do próprio país e conseguiu uma tendência crescente com resultados otimistas, de acordo com as percepções do diretor de Relações Públicas.

"Acreditamos que existe demanda suficiente para adotar crianças dentro da Etiópia e assim ajudá-las a crescer na sua própria cultura e mantendo sua identidade", disse Mammo, afirmando que muitas famílias que davam em adoção seus filhos o faziam por motivos econômicos, embora nem sempre porque vivessem em situações de pobreza ou não pudessem mantê-los.

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