Mundo

Em sete dias, Reino Unido já vacinou 140 mil pessoas contra covid-19

O Reino Unido começou a vacinar sua população com a vacina da americana Pfizer em parceria com a alemã BioNTech, primeiro país a aprovar o imunizante

Margaret Keenan, 90, se tornou a primeira pessoa no mundo a receber a vacina da Pfizer/BioNtech contra covid-19 fora de um ensaio clínico (Jacob King/Pool/Reuters)

Margaret Keenan, 90, se tornou a primeira pessoa no mundo a receber a vacina da Pfizer/BioNtech contra covid-19 fora de um ensaio clínico (Jacob King/Pool/Reuters)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 16 de dezembro de 2020 às 17h04.

Última atualização em 16 de dezembro de 2020 às 18h35.

Com vacinação iniciada na semana passada, o Reino Unido já vacinou quase 140.000 pessoas contra a covid-19. Os números são do governo britânico, divulgados pelo ministro Nadhim Zahawi nesta quarta-feira, 16.

"Um começo realmente muito bom para o programa de vacinação", disse Nadhim Zahawi no Twitter. "Este número vai crescer, pois operacionalizamos centenas de redes de atendimento primário", acrescentou.

O Reino Unido começou a vacinar sua população com a vacina da americana Pfizer em parceria com a alemã BioNTech, tendo sido o primeiro país a aprovar o imunizante. Na sequência, a FDA, reguladora dos Estados Unidos, também aprovou a vacina na semana passada, e as aplicações começaram na última segunda-feira, 14.

No Twitter, Zahawi disse nesta quarta-feira que, a partir da semana que vem, o governo britânico passará a divulgar dados semanais de aplicação das vacinas.

As vacinas com RNA precisam ser mantidas a temperaturas negativas extremamente baixas — a da Pfizer, a 70 graus negativos –, e são transportadas em containers especiais com gelo seco. Essas condições estão entre os empecilhos para o acesso dos países mais pobres aos imunizantes com RNA e também podem tornar a vacinação mais lenta mesmo nos países desenvolvidas.

A expectativa é que, mesmo no Reino Unido, a agilidade do fluxo de vacinação aumente para chegar a uma parte significativa da população. O Reino Unido tem mais de 66 milhões de habitantes; se seguir no ritmo dessa primeira semana, terá imunizado somente 600.000 pessoas em um mês.

Neste primeiro momento, os grupos prioritários têm sido idosos dos grupos de risco e profissionais de saúde. A primeira pessoa a receber a vacina no Reino Unido foi uma idosa de 90 anos, Margaret Keenan, na Irlanda do Norte -- e sua foto agora clássica foto recebendo o imunizante rodou o mundo.

“Eu me sinto tão privilegiada por ser a primeira pessoa vacinada contra covid-19”, disse Keenan, ao ter a vacina aplicada pela enfermeira May Parsons, originária das Filipinas. “É o melhor presente de aniversário antecipado que eu poderia desejar, porque significa que poderei finalmente passar um tempo com minha família e amigos no Ano Novo, depois de ter passado sozinha a maior parte do ano.”

Por enquanto, a vacina de Pfizer/BioNTech é a primeira aprovada no mundo com testes concluídos. A expectativa é que a vacina da também americana Moderna seja aprovada pela FDA nos EUA nos próximos dias. Tanto Pfizer quanto Moderna usam a tecnologia do RNA mensageiro, uma novidade no desenvolvimento dos imunizantes.

Vacinas no Brasil

O Brasil negocia com a Pfizer uma potencial compra da vacina. Por ora, um acordo não foi fechado. Na semana passada, o governo federal enviou ao Supremo Tribunal Federal um novo plano nacional de imunização, onde cita que está em negociação com a Pfizer para a compra de 70 milhões de doses.

Sem dar como certa a compra da chinesa Coronavac, o plano do governo federal aponta que o Brasil espera ter quase 300 milhões de doses em 2021, entre AstraZeneca/Oxford e aliança Covax da ONU (que não inclui a Pfizer). 

Para Marco Krieger, vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, mesmo que compre as doses da Pfizer, o Brasil só conseguirá vacinar em massa se a vacina de Oxford for bem-sucedida, segundo declarou à agência Reuters.

As vacinas integrantes da Covax e a vacina de AstraZeneca/Oxford ainda não concluíram os testes e não foram submetidas à aprovação por agências internacionais, assim como a Coronavac, feita pela chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan em São Paulo. Também não se sabe ainda quais vacinas da Covax serão aprovadas internacionalmente e poderão ser usadas pelo Brasil.

 

De 0 a 10 quanto você recomendaria Exame para um amigo ou parente?

Clicando em um dos números acima e finalizando sua avaliação você nos ajudará a melhorar ainda mais.

 

Acompanhe tudo sobre:PfizerReino Unidovacina contra coronavírus

Mais de Mundo

Donald Trump anuncia Elon Musk para departamento de eficiência

Trump nomeia apresentador da Fox News como secretário de defesa

Milei conversa com Trump pela 1ª vez após eleição nos EUA

Juiz de Nova York adia em 1 semana decisão sobre anulação da condenação de Trump