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Direita governista italiana sofre cisão e entra em crise

Expulso do partido governista, Gianfranco Fini cria bancada autônoma no Parlamento que reúne dez senadores e 34 deputados

Expulso do partido governista, Gianfranco Fini: bancada autônoma no Parlamento provoca cisão e crise na direita italiana (Tiziana Fabi/AFP)
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Da Redação

Publicado em 2 de agosto de 2010 às 17h07.

Roma - O presidente da Câmara dos Deputados da Itália, Gianfranco Fini, que foi expulso do partido governista de direita de Silvio Berlusconi, anunciou oficialmente nesta segunda-feira a criação de uma bancada autônoma no Parlamento, o que modifica o cenário político italiano.

Fini contará com dez senadores e 34 deputados que se retiraram do grupo parlamentar do Partido Povo da Liberdade (PDL), fundado há dois anos por Fini e Berlusconi e que venceu com tranquilidade as eleições de 2008.

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Na sexta-feira, após um duro choque político, Berlusconi pediu que Fini abandonasse a Presidência da Assembleia por considerar suas posições políticas "incompatíveis" com as de seu partido.

"Evidentemente, não me demitirei porque todos sabem que o presidente deve garantir o respeito à Constituição e à direção imparcial da atividade da Câmara, e não apenas à maioria que o elegeu", respondeu Fini, apresentando-se como defensor da "legalidade".

O presidente da Câmara dos Deputados acusou Berlusconi de ter uma concepção "antiliberal" de democracia e de conceber o país e sua vida política como uma de suas várias empresas.

A nova bancada, na verdade um novo partido, se chamará "Futuro e Liberdade para a Itália", e poderá provocar a queda do governo Berlusconi se votar contra a moção de confiança ao vice-ministro da Justiça, Giacomo Caliendo, marcada para quarta-feira e solicitada pela oposição de esquerda.

Caliendo é acusado pela justiça de ter formado uma associação secreta para ocupar cargos importantes de poder e de tráfico de influência.

Frente ao perigo de perder a confiança do Parlamento, Berlusconi negocia o apoio dos parlamentares indecisos.

O governo possuía até agora uma sólida maioria na Câmara dos Deputados, com 342 deputados a seu favor (271 PDL, 59 da Liga Norte e 12 da centro-direita).

Sem o voto dos 30 deputados de Fini, a maioria de 316 de 630 não está garantida.

No Senado, o governo mantém sua supremacia graças aos votos dos 26 senadores da Liga Norte. A maioria é de 158 votos de 315 senadores.

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