Vacina: Rússia aposta em sua própria vacina para imunizar pacientes contra o coronavírus (Taechit Taechamanodom/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 1 de agosto de 2020 às 13h56.
Última atualização em 1 de agosto de 2020 às 13h57.
A Rússia pretende iniciar em outubro uma vacinação ampla contra covid-19 para a população. O plano foi anunciado neste sábado pelo ministro da Saúde russo, Mikhail Murashko, segundo as agências de notícias internacionais. Ele indicou que a ideia é vacinar primeiro profissionais de saúde e professores.
No início desta semana, autoridades russas indicaram que uma vacina russa, em desenvolvimento pelo Instituto Gamaleya, de Moscou, deveria ser registrada até meados de agosto, permitindo a vacinação de forma mais abrangente. O governo russo prevê 200 milhões de doses produzidas neste ano.
Segundo dados compilados pela Universidade Johns Hopkins, a Rússia registrou até agora 843 mil casos de infecção pelo novo coronavírus e 14 mil mortos, sendo o país com o quarto maior número de infectados e na 11ª colocação na lista das nações com o maior número de mortos.
Em todo o mundo, a universidade computa um total de 17,62 milhões de casos de covid-19, dos quais 4,56 milhões nos EUA, o país com o maior número de infectados, seguido pelo Brasil, com 2,66 milhões, e pela Índia, com 1,69 milhão. O número de mortes totaliza 680,5 mil, sendo 153,39 mil registradas nos EUA, 92,47 mil no Brasil e 46,68 mil no México.
Nesta semana, o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que é “muito prematuro” para dizer se o governo de São Paulo avalia uma possível associação com o governo russo para a produção de uma vacina contra o novo coronavírus em parceria com o Instituto Gamaleya. Covas afirmou que a vacina “não está em fase final de desenvolvimento”.
Segundo informações da agência de notícias Bloomberg, o instituto russo responsável pela produção da vacina ainda não publicou os resultados relacionados aos testes da terapia de imunização e que teriam ocorrido em somente 40 pessoas. Por este motivo, há uma certa de desconfiança de órgãos de saúde em relação à vacina russa.
Baseada no adenovírus humano fundido com a espícula de proteína em formato de coroa que dá o nome ao coronavírus, a vacina russa prende às células humanas e injeta material genético para se replicar até causar o que é chamado de apoptose, que seria a morte celular.