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Coronavírus dispara em Tóquio, e governo classifica como "crise nacional"

Mesmo sem estado de emergência, o premiê Shinzo Abe proibiu o ingresso de pessoas de 22 países a partir desta sexta

Coronavírus: Japão tem 1.369 casos casos confirmados, além de 712 de um navio de cruzeiro ancorado perto de Tóquio (Athit Perawongmetha/Reuters)
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Reuters

Publicado em 26 de março de 2020 às 11h27.

Última atualização em 26 de março de 2020 às 11h31.

O Japão proibiu nesta quinta-feira a entrada de pessoas vindas da Europa e alertou para o risco de disseminação desenfreada do coronavírus no país, depois de uma disparada de casos em Tóquio.

O governo japonês também criou uma força-tarefa para enfrentar a crise, um passo rumo a um possível estado de emergência, embora as autoridades tenham dito que não planejam uma medida nesse sentido por enquanto.

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"Para poder superar o que pode ser descrito como uma crise nacional, é necessário que governos estaduais e locais, a comunidade médica e o povo atuem como um só e persistam nas medidas contra as infecções de coronavírus", disse o primeiro-ministro, Shinzo Abe, durante uma reunião da força-tarefa.

Abe anunciou uma proibição ao ingresso de pessoas de 21 países europeus e do Irã a partir de sexta-feira. Ele ainda disse que criou a força-tarefa conforme uma lei recém-revisada depois de receber um relatório segundo o qual a chance de o vírus se disseminar amplamente é alta.

A emissora pública NHK disse que 47 caos novos foram relatados em Tóquio nesta quinta-feira. As autoridades receiam que uma disparada de casos na capital nos últimos dias signifique que o Japão, que até agora escapou do tipo de proliferação em massa que atingiu a Europa e a América do Norte, esteja a caminho de uma nova onda das grandes.

Até a noite desta quinta-feira, o Japão tinha 1.369 casos domésticos de coronavírus, além de 712 de um navio de cruzeiro ancorado perto de Tóquio no mês passado, segundo uma contagem da NHK. Houve 46 mortes domésticas e 10 no navio.

"Eu disse ao primeiro-ministro Abe que existe um risco alto de o coronavírus se disseminar amplamente", disse o ministro da Saúde, Katsunobu Kato, a repórteres, depois de se encontrar com o premiê e o ministro das Finanças, Yasutoshi Nishimura.

O Japão foi um foco precoce do surto de coronavírus, já que inicialmente o navio de cruzeiro foi a maior fonte de infecções fora da China, mas até o momento vinha sendo poupado da contaminação em massa que está obrigando europeus e norte-americanos a lidarem com milhares de casos novos a cada dia.

Agora, um aumento de casos de fontes que não se pode rastrear está fazendo muitos japoneses esperarem que o governo anuncie um estado de emergência, dando às autoridades locais uma base legal para pedir aos moradores e negócios para restringirem a circulação e o trabalho.

Nishimura disse que nenhuma declaração do tipo está planejada para este momento.

De acordo com uma lei revista neste mês em reação ao coronavírus, o premiê pode declarar um estado de emergência se a doença representar "um perigo grave" para as vidas e se sua propagação rápida ameaçar provocar um dano econômico severo.

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