Mundo

China suspende entrada de estrangeiros devido ao coronavírus

Enquanto suspende a chegada de estrangeiros, a China também afrouxou o isolamento e a quarentena da província da Hubei, epicentro do coronavírus

China: país proibiu entrada de estrangeiros como tentativa de diminuir ainda mais o número de casos do novo coronavírus (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

China: país proibiu entrada de estrangeiros como tentativa de diminuir ainda mais o número de casos do novo coronavírus (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 26 de março de 2020 às 14h34.

A China suspenderá temporariamente a entrada de estrangeiros com visto e permissão de residência válidos, a partir de 28 de março, como medida de combate à epidemia de coronavírus, informou o Ministério das Relações Exteriores nesta quinta-feira (26).

Serão dadas isenções para quem viaja em capacidade diplomática ou oficial, além de portadores de visto "C", informou o ministério em comunicado.

Os vistos "C" são emitidos para estrangeiros envolvidos na prestação de serviços de transporte internacional.

Novos casos

A medida acontece depois que a China continental não relatou nenhum caso de coronavírus transmitido localmente pela sexta vez em oito dias, e a província de Hubei, onde o vírus foi detectado pela primeira vez, abriu suas fronteiras, mas os casos importados aumentaram.

Todos os 67 casos novos relatados até o final de quarta-feira foram importados, e todos os 47 comunicados no dia anterior idem, disse a Comissão Nacional de Saúde em um comunicado emitido nesta quinta-feira.

Cerca de 90% de todos os casos importados são portadores de passaportes chineses, disse o vice-ministro das Relações Exteriores, Luo Zhaohui, em uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira, acrescentando que 40% deles são estudantes chineses que voltaram para casa em meio ao crescimento das infecções no exterior.

 

"Entendemos que alguns estudantes no exterior estão ansiosos para voltar para casa... mas nas circunstâncias atuais, ao ficarem onde estão eles podem evitar uma infecção cruzada na volta apressada para casa ou ficarem retidos no meio da jornada quando os países por onde transitam endurecem os controles fronteiriços", explicou Luo.

O número total de casos está em 81.285 no momento.

A comissão relatou um total de 3.287 mortes ao final de quarta-feira, seis a mais do que no dia anterior.

Em Hubei, o transporte público foi reativado, e os moradores de Xianning, uma cidade da província, circularam pelas ruas usando máscaras.

Eles também fizeram compras do em comércios locais de frutas e vegetais, e cabeleireiros e lojas de conserto de bicicletas também abriram. Um grupo de mulheres se sentava diante de uma loja fechada, brincando com gêmeos de 2 anos protegidos por máscaras.

"A suspensão da interdição é boa e ruim", disse uma delas, que se identificou como Chen. "Muitas pessoas podem partir, mas isso também aumenta o risco. A situação em Hubei ficou muito grave, e me acostumei a ficar em casa nos últimos dois meses. É mais seguro assim."

A interdição de Wuhan, capital de Hubei onde o vírus surgiu no final do ano passado, será suspensa em 8 de abril, um marco na guerra da China contra a epidemia.

O índice de mortalidade de Wuhan chegou perto de 5%, disse Qiu Haibo, especialista médico de uma comissão liderada pelo governo central, de acordo com o estatal Diário do Povo desta quinta-feira.

As últimas notícias da pandemia do novo coronavírus:

Acompanhe tudo sobre:ChinaCoronavírus

Mais de Mundo

Policial argentino detido na Venezuela é processado por 'terrorismo'

Israel realiza operação perto de importante hospital de Gaza

Incêndio de grandes proporções atinge famosa vila de Natal em parque de Nova York; veja vídeo

Otan reforçará sua presença no Báltico após suposta sabotagem russa de cabo submarino