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China promete à Itália comércio "nas duas direções" na Nova Rota da Seda

Planos causam receio em países europeus e nos Estados Unidos

Xi Jinping e Sergio Mattarella: presidentes durante discurso sobre a nova rota para ligar Ásia, Europa e África (Tiziana Fabi/Pool/Reuters)
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EFE

Publicado em 22 de março de 2019 às 12h47.

Roma — O presidente da China, Xi Jinping , prometeu à Itália nesta sexta-feira, 22, "trocas comerciais nas duas direções" na "Nova Rota da Seda", o grande projeto com o qual Pequim quer se conectar com o Ocidente.

"A parte chinesa quer um troca comercial e um fluxo de investimentos nas duas direções", afirmou o líder chinês em declaração depois de se reunir com o presidente da República italiana, Sergio Mattarella, no Palácio do Quirinale.

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Xi explicou que o objetivo é "fortalecer as sinergias entre as estratégias de desenvolvimento respectivo nos setores de infraestrutura, portos e logística, assim como no de transporte marítimo". "Queremos construir projetos sérios e qualificados ao longo da Rota da Seda (que deverá atravessar a Ásia), queremos aumentar as trocas e os investimentos em ambos os sentidos", insistiu.

O governo italiano, do antissistema Movimento 5 Estrelas e da ultradireitista Liga, assinará neste sábado, 23, um memorando para se somar ao plano de investimentos "Belt and Road Initiative", um enorme projeto com o qual Pequim quer se unir comercialmente a Europa e África.

Planos que causam receio nos países europeus e nos Estados Unidos, mas que o chefe de Estado, Mattarella, apoiou abertamente. "A assinatura do memorando é um sinal para um marco ideal e um aumento da colaboração entre empresas", comemorou.

Matarella foi além ao apontar que ao longo da "Nova Rota da Seda" não só deve transitar o comércio, "mas também o talento, as ideias e os conhecimentos". No entanto, o líder italiano, junto com seu colega chinês, destacou a necessidade de proteger os direitos humanos e de estabelecer "um debate construtivo sobre um tema tão relevante".

Como mostra do interesse da Itália de se aproximar da China, o presidente anunciou que o próximo ano, quando serão lembrados os 50 anos de relações diplomáticas, será o "ano da cultura e do turismo" entre as duas partes "para confirmar o interesse recíproco".

Posteriormente, Xi e Mattarella tiveram um encontro com representantes de fóruns econômicos, culturais e de cooperação, diante dos quais voltaram a insistir na importância "crucial" que o projeto de investimentos intercontinentais terá.

Após este ato, Xi foi à Praça Veneza para visitar o conhecido "Altar da Pátria", onde foi recebido com honras militares pela ministra de Defesa, Elisabetta Trenta, e depositou uma coroa de flores diante do monumento ao Soldado Desconhecido.

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